A manchete não é minha, é do Sensacionalista, o jornal online que trabalha em cima do acontecido para criar notícias que não são verdade, mas são verdadeiras. Se ficou confuso, aí vão alguns dos exemplos:
Black Friday: Brasil faz queima total de reservas indígenas.
Coronavírus finalmente assume o governo.
Mulher que atacou fiscal no RJ é convidada para ser Ministra da Saúde.
Bares do Leblon registram pico da curva da estupidez.
Volta do futebol pode fazer coronavírus ter prorrogação.
O Sensacionalista faz humor a partir da desgraça brasileira – o que, é triste dizer, não tem nos faltado nesses dias estranhos. Estranha também é a atitude do Facebook, que ameaça punir a página por "conteúdo falso". Alguém precisa explicar ao Mark, o Zuckerberg, a diferença entre humor e fake news. E que as fake news, praga dos grupos da família do WhatsApp, muitas delas paridas no malfadado Gabinete do Ódio, não têm graça nenhuma. Enfim, enfim, reflexões da pandemia.
Mas o Sensacionalista, e o Queiroz, entraram na coluna por conta da estimativa de um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que colei do informativo Matinal: até agosto, Porto Alegre deve ter 27 mil pessoas infectadas pelo coronavírus. Destas, 300 poderão ser internadas em UTIs e 200 precisarão de respiradores.
Pagar pouco, pechinchar, tratar como serviço de segunda categoria? Madame que continuar agindo assim – existem muitas, infelizmente – merece nunca mais conseguir uma diarista.
O estudo recomenda a criação de 50 a cem novos leitos para atender os pacientes. E quem não quer acabar nessa estatística, só vê um jeito de se ajudar – e ajudar todo mundo: ficar em casa. Já cansou, a rua chama, os prejuízos se acumulam, as perdas são enormes e é fácil falar quando se tem um emprego, e pode-se trabalhar na mesa da sala sem depender de vendas, encomendas, pedidos. Ainda assim, apelando mais uma vez para o fiapo de resistência que resta, ficar em casa é fundamental para retomar a vida ali na frente.
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Algumas coisas vão ter que mudar, quando o mundo voltar. Uma delas: as diaristas precisam urgentemente ser reconhecidas e respeitadas. Sabe aquela ideia de não valorizar quem limpa a sua casa? Foi-se esse tempo. É trabalho para descadeirar um brutamontes. Não é só o pó que acumula de um dia para o outro, são as sujeiras pesadas que brotam do nada, na umidade das pias, na intimidade dos banheiros, nos pisos, nas janelas. Pagar pouco, pechinchar, tratar como serviço de segunda categoria? Madame que continuar agindo assim – existem muitas, infelizmente – merece nunca mais conseguir uma diarista.
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Um disco com vários climas para dias de solidão, de desassossego, de vontade de dançar com a vassoura, de se perguntar: e agora? Letrux, uma das maravilhosas da casa, lançou Aos Prantos no dia 13 de março, com a agenda de shows fechada. Mas quem fechou foi o Brasil. Ela conta: "Existe algo de muito misterioso em lançar um disco e não viver de cara a catarse do palco. Guardamos, estamos guardando. Vivemos a catarse da audição, da escuta, que é mágica, mas de outra ordem. É o primeiro disco em que consigo ouvir minha voz e não me criticar, consigo até apreciar. Eu amo esse disco. Tenho até medo de quando for o primeiro show, é tanto acúmulo de tanta coisa, que vocês se preparem pra um maremoto de espetáculo". Tem sido uma das trilhas sonoras da quarentena. Aos Prantos. O título não poderia ser mais adequado.
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E assim, dentro de casa, à moda do Queiroz, julho vai chegando ao fim.