Muito já se falou sobre as imagens irreais criadas nas redes sociais, a edição perfeita, o melhor ângulo, os filtros, os muitos recursos que tornam o corpo, o rosto, os cabelos perfeitos. Mas cada dia mais esse ideal ganha um necessário contraponto: a verdade.
Sim. Em uma tendência que reverbera em inúmeras contas de Instagram mundo afora, mulheres poderosas expõem seus corpos como eles realmente são, muito mais do que a maioria de nós tem coragem.
Essas musas do amor-próprio defendem não apenas o “ame suas curvas” do necessário movimento body positive, mas também que nenhuma de nós precisa se preocupar tanto assim com a aparência, focando muito mais nas experiências que o corpo pode nos proporcionar. É o tão atual body neutrality, ideia que ganha mais e mais adeptas, tornando o corpo um campo neutro diante de tantas outras coisas boas que a vida tem a nos oferecer se aceitarmos nossas linhas, nossas curvas, nossas marcas.
Conceitos, títulos, movimentos... não importa. O que elas estão fazendo é mostrar que todas nós somos de verdade e não uma imagem impecável todo o dia, o tempo inteiro, de qualquer jeito. Que bom, né? Precisamos escolher para qual direção olhar. E temos boas direções.
Seguem algumas inspirações para você perceber que as imagens perfeitas são raras, bem editadas, perfeitamente selecionadas ou construídas a base de interferências que vão muito além do que muitas de nós desejam se sujeitar. Faz bem saber que somos normais.
Danae Mercer
Uma das minhas favoritas é a jornalista especializada em saúde Danae Mercer. Além de falar de estilo de vida e autoestima, incentiva a aceitação. Compartilha vídeos e fotos em poses não naturais para criar uma ilusão que não reflete a aparência real dela.
Mercer diz que quer "lembrar às pessoas que o que vemos online é incrivelmente filtrado, posado e aperfeiçoado". Ela recomenda examinar detalhes como ângulos de câmera, o que as pessoas estão vestindo, a iluminação e suas poses.
Sarah Nicole Landry
A mesma linha de Sarah Nicole Landry. Mãe de três e grávida novamente, compartilha uma série de fotos exaltando com orgulho suas curvas, celulites e estrias. Abaixo dos cliques, textos cheios de verdade de quem viveu distúrbios alimentares em busca da forma perfeita e sabe dos graves riscos de se exaltar a perfeição.
Alex Ligth
Alex Ligth também superou uma anorexia nervosa e hoje se dedica a orientar seus seguidores a ter uma dieta saudável e aceitar o corpo. Com manequim 42, também bem longe de ser uma mulher plus, Alex se mostra em múltiplos ângulos, formas, perspectivas que evidenciam os detalhes que fazem parte do corpo de quase todas as mulheres.
— Não tenho vergonha de quem sou agora, mas de quem era anos atrás, quando ainda não entendia o que era amar e respeitar meu corpo — diz ela.
Hayley Madigan
Hayley Madigan é uma treinadora britânica e influenciadora do fitness que também publica imagens lado a lado mostrando como o corpo pode parecer outro conforme iluminação, posição, ângulo. Aos 20 e poucos anos, Madigan começou o fisiculturismo, o que levou a uma obsessão doentia por permanecer magra por excesso de treinamento e subalimentação, e isso fez com que ela deixasse de menstruar.
Madigan agora inspira outras mulheres a se recuperarem de uma desordem alimentar, ficarem fortes e amarem seus corpos sempre, sob qualquer ótica.
Laura Brioschi
E para encerrar essa lista rápida – sim, poderíamos seguir com inúmeras inspirações do mesmo gênero –, a modelo Laura Brioschi, hoje à frente de uma grife de biquínis maravilhosa para todos os tipos de corpos.
A italiana é um dos principais nomes do body positive. A modelo curvy mostra seu corpo sem retoques e falar sobre isso com naturalidade.