Quem acompanha influenciadoras brasileiras de beleza com frequência precisou de um tempinho a mais para se atualizar nos últimos dias. Isso porque esse universo está bastante movimentado desde que a empresária e ex-BBB Bianca Andrade, mais conhecida como Boca Rosa, passou a revelar spoilers de sua nova marca após encerrar um contrato de cinco anos com a Payot.
Mas ela não foi a única a adotar essa prática. Mari Saad também está preparando um lançamento, previsto para o segundo semestre. Por enquanto, os holofotes ainda estão voltados para Bianca, que apresentou, entre outros produtos, uma base que terá 50 tons diferentes, a maior diversidade de cores de uma marca nacional. Em 2022, a linha de Bruna Tavares contemplou 30 tons.
Além da base, Boca Rosa também anunciou um blush e pós faciais translúcido e compacto. Os produtos foram divulgados oficialmente em uma live em 25 de junho e estariam à venda para o público geral a partir desta quarta-feira (10). Porém, após reclamações de quem já recebeu o produto, o lançamento foi adiado, conforme informado em um comunicado da marca na noite de domingo (7).
"Nessa semana, fomos surpreendidos com uma falha nas embalagens de uma parte dos sticks. Imediatamente visitamos a nossa fabricante para entender o acontecido e eles se comprometeram a solucionar. Sendo assim, a data do lançamento oficial, que aconteceria no dia 10, será remarcada e anunciada quando essa falha for devidamente ajustada pela nossa fabricante", diz o texto.
Influenciadores e consumidores que assistiram ao evento virtual estavam recebendo os primeiros lançamentos e fazendo resenhas avaliando a qualidade e a durabilidade dos materiais, com críticas principalmente aos produtos em bastão — ou stick — que chegaram quebrados. O assunto promete mais repercussões e tretas nos próximos dias.
Pó solto x pó compacto
Em meio ao lançamento, Bianca se envolveu em uma polêmica ao apresentar o pó compacto, um de seus novos produtos. Ao revelar detalhes, ela fez uma comparação ao pó solto, que, na opinião dela, não é prático para o dia a dia.
— Quem começou com essa história de trocar o pó compacto pelo solto? Foi um homem? Deve ter sido — disse, usando um pó comercializado pela sua marca anteriormente, inclusive.
A história rendeu muitos comentários. No dia 25 de junho, a influenciadora Mari Maria publicou um vídeo discordando do comentário de que "o homem inventou o pó solto".
— O que veio primeiro? O ovo ou a galinha? (fazendo referência aos tipos de pó facial). Será mesmo que foi um homem que criou o pó solto? — questionou a influenciadora.
Na postagem, ela tentou explicar o processo de produção da maquiagem e disse que a substância do pó solto pode ter mais qualidade. Nos comentários, porém, os internautas entenderam outra coisa: “Isso foi shade (indireta) para a Boca Rosa?”, perguntou uma seguidora. A mensagem soma, ao menos, 366 curtidas.
Mari não foi a única a comentar sobre a polêmica. Em tom descontraído, a empresária e jornalista Bruna Tavares resolveu se pronunciar e reiterou a ponderação da colega, falando sobre a história do pó facial dentro do mercado cosmético.
Karen Bachini também não ignorou a polêmica e resolveu trazer o seu ponto de vista. A influenciadora destacou que um não substitui o outro e que os produtos possuem propostas diferentes. Por fim, ressaltou que não considera que o pó solto seja ultrapassado e que o consumidor deve procurar o que fizer mais sentido para si, sem pensar se está ou não “na moda”, embora ela não considere o produto antigo.
Troca de indiretas
E a polêmica entre Bianca Andrade e Mari Maria não terminou por aí. Isso porque internautas associaram uma fala da ruiva no podcast No Lucro como uma indireta para a Boca Rosa que, dias antes, tinha feito um vídeo falando sobre o faturamento de R$ 400 milhões da sua marca após a participação no BBB 20.
— Vi uma influenciadora falando que faturou R$ 400 milhões após alguma ativação que ela fez. Na verdade, a marca dela era uma collab. Geralmente, quando é assim, você recebe um percentual. O percentual dela devia ser na faixa de 6%, isso depende se ela fica com o bruto ou com o líquido. Então, tem várias variáveis ali. É uma desinformação porque não explica os detalhes — comentou na ocasião.
Ao participar de uma conversa com a apresentadora Blogueirinha, Bianca se manifestou sobre a polêmica:
— Eu exponho números mesmo, falo de dinheiro, sim. A gente tem que aprender a também ter o dinheiro para a gente. Eu sou mulher, faço tudo, sim, e eu quero uma parte desse dinheiro que está na mão da "homarada". Quando a gente fala de dinheiro, parece que a gente está querendo se exibir, que é mentirosa, parece falar só para aparecer. Não é só por marketing, falo sobre dinheiro porque acredito que a gente tem que ter coragem de falar de dinheiro e de negócios.
Ao ser questionada sobre a porcentagem de lucros em cima do faturamento, Bianca disse que era 12% de 400 milhões.
— Vou nem fazer a conta, porque já dá para ver que é pouco — brincou Blogueirinha.
Review de base
Mas as polêmicas no universo da beleza no país não começaram nas últimas semanas. No ano passado, o lançamento da base de Virgínia Fonseca, em parceria com a WePink, teve grande repercussão.
No entanto, muitos conheceram o produto por meio da resenha de Karen Bachini, experiente na produção de conteúdo de maquiagem. Ao aplicar o produto no rosto, a influenciadora jogou algumas gotas de água na pele para verificar a resistência da base. No entanto, quando passou um lenço no rosto para checar se o produto ia transferir, a base se desfez.
A cena virou meme na internet na época, e Virgínia se manifestou:
— Quando a gente vai fazer um produto, a gente lança o que a gente gosta. Eu gostei muito da base, é a única que eu uso. Na minha pele, fica incrível. Eu saio e dura o dia inteiro, do jeito que eu faço. Aí depois vem uma pessoa e fala que não gostou, e vira tudo que virou por causa de um comentário de uma pessoa. Acho que as pessoas teriam que experimentar e cada um dar seu feedback.
Karen voltou a se pronunciar, destacando que, por ser maquiadora profissional, faz resenha de produtos de beleza há mais de 15 anos.
— Quando testo alguma coisa, faço de tudo para ser o mais didática possível. Quem conheceu meu conteúdo a partir de um ou dois vídeos que viralizaram precisa entender que testar, criticar, recomendar ou não maquiagens é o que eu sempre quis. Insinuar que critiquei um produto e até adulterei um teste com o objetivo de prejudicar alguém é absurdo — ressaltou por meio de uma série de publicações no X.
A base, que chegou ao mercado no valor de R$ 199,90 na época, considerada bem acima da média de outras bases nacionais, hoje custa, em média, R$ 85.