Ao se olhar de perto no espelho, você já notou bolinhas na pele do rosto? Elas podem ser pequenas lesões, conhecidas como milium, xantelasma ou siringoma, que são parecidas visualmente, mas têm diferentes tratamentos e maneiras de prevenir. Conversamos com as dermatologistas Patrícia Royes Salenave e Márcia Donadussi para entender melhor cada uma e quais são as suas causas.
Milium
É o mais comum e apresenta pequenas bolinhas brancas ou amareladas, que geralmente aparecem no rosto. Nada mais são do que o acúmulo de sebo e queratina quando o folículo sebáceo está fechado, não permitindo a saída da oleosidade. Isso acontece quando há uma camada mais espessa de células mortas sob a pele.
Para prevenir, é importante investir em produtos de skincare e tratamentos que acelerem a renovação celular, ressaltam as dermatologistas. Mas atenção: cuidado com o uso de ácidos sem acompanhamento médico.
— Em algumas pessoas, a camada de células mortas é mais aderida, não se descola facilmente. Nestes casos, é importante que seja feito o uso de ácidos, como o glicólico, o retinoico e o salicílico. Mas deve ser feito com prescrição dermatológica porque, além de renovar a pele, (os ácidos) podem ter um poder irritativo e deixá-la vermelha, ardida — alerta Márcia.
As bolinhas já existentes também podem ser retiradas no consultório por um médico dermatologista.
Xantelasma
Se o milium é acúmulo de oleosidade, o xantelasma é um depósito de gordura. É uma lesão benigna que ocorre geralmente na região das pálpebras, tanto superiores como inferiores, logo abaixo da superfície da pele. Pode estar relacionado com aumento do colesterol no sangue.
— Mas alguns pacientes, apesar de apresentarem xantelasma, não têm colesterol alto, é uma tendência pessoal — diz Márcia.
O tratamento pode ser feito com cauterização química, laser, eletrocoagulação ou cirurgia.
— Tudo depende do formato, da localização, do tamanho — acrescenta a dermatologista.
O tratamento tende a cicatrizar bem e não deixar marcas. Mas a lesão não regride sozinha, a não ser que tenha uma grande mudança no perfil lipídico da paciente, o que não é comum.
Siringoma
O siringoma é um tumor benigno derivado dos ductos das glândulas sudoríparas. São pápulas da cor da pele, endurecidas. Aparece em geral nas pálpebras e é mais comum nas mulheres. Não existe prevenção. O tratamento é feito por eletrocoagulação, laser ou excisão cirúrgica.
— Não é um acúmulo de nenhuma substância, e sim uma alteração anatômica. Como está na camada mais profunda, muitas vezes se usa pequenas agulhas para conseguir chegar na profundidade sem romper muito a camada superficial da pele, para não deixar marcas. É diferente do xantelasma, que é bem superficial — explica Márcia.
Algumas pessoas têm mais tendência a desenvolver, por predisposição genética.
Pode ser outra coisa?
Além de milium, xantelasma e siringoma, existem as pápulas perláceas, que não são uma lesão, e sim uma característica fisiológica da pele que pode aparecer nas regiões semimucosas do corpo. São pequenos pontinhos, como se fosse um "arrepiadinho", compara Márcia. Não precisa de tratamento.
Como todas são lesões que podem ser bem parecidas, devem necessariamente ser avaliadas por um dermatologista, reforça Patrícia.