Vou te contar como ficou a minha lista de metas para este ano. Sempre tive esse hábito, imagino que muitos de vocês também.
Serve para dar uma orientada em cada passo que a gente dá e cria um trilho estratégico para nortear todas as nossas decisões.
Normalmente, nas primeiras vezes, a lista era bem grande, juntava tudo o que sempre quis fazer, num delírio de que caberiam dentro de um ano. Pobre anjo, doce ilusão.
Contabilizamos os desejos, mas nunca a probabilidade de mudança de cenários nem um respiro para eventuais ajustes.
Mas a expectativa está lá, na maior parte das vezes na primeira página da agenda, esfregando na cara toda a nossa improdutividade com o passar dos dias, percebendo que nada daquilo havia sido feito — sequer iniciado.
Ainda por cima, cria uma falsa sensação, ao final do período, de que o ano foi ruim por não termos riscado nenhum daqueles itens.
Voltar para a academia, parar de comer doce, beber apenas aos finais de semana, tirar aquele projeto do papel, trocar de carro, fazer uma pós. Vou isso, vou aquilo…
Mas quem te perguntou? Tem alguém te cobrando por essas atitudes? A vida é muito dinâmica, tudo pode mudar muito rápido, e a gente, por ter falado demais, acaba ficando refém de promessas que nem precisavam ter sido feitas. Haja terapia!
A gente é dono do que cala, e escravo do que fala.
Voltando à minha lista, sabe como ficou para este 2022? Vazia. Zerada, sem itens nem metas. Tudo o que eu desejo este ano, tanto para mim quanto para vocês, é que sejamos fortes. Precisamos nos preparar para todas as situações, e isso passa por tudo.
Engloba comer melhor, dormir melhor, trabalhar melhor, cuidar da saúde, estar mais próximo da família, acompanhar o desenvolvimento dos filhos, se apaixonar a cada novo dia pelo amor da nossa vida, rir de nós mesmos, ter história para contar.
Vai bater uma baita satisfação, no final do ano, naquela hora de fazer um balanço geral dos 365 dias, quando perceber que tudo valeu a pena, e ter o maior orgulho de tudo que foi construído.
Mas sem expectativas. As atitudes falam por si, bem mais do que listas.