Já dizia Jorge Ben Jor, em fevereiro, tem Carnaval. E, nesse feriado maravilhoso, a equipe do Destemperados pousou na cidade maravilhosa que, como nenhuma outra, sabe muito bem cair na folia. Sem mistérios, pulamos muito nos bloquinhos, isso é verdade. Mas também tiramos um tempo para explorar as inúmeras opções gastronômicas que o Rio de Janeiro oferece.
E, nada mais justo do que, quando em território estrangeiro, ouvir os locais. Nessa missão, contamos com a ajuda do chef e empresário Thomas Troisgros, um parceiro de longa data do Destemperados que vive muito bem a cidade. O Thomas é muito conhecido pelo seu burguer, o T.T. Burger – que, inclusive, vai abrir uma unidade em solo gaúcho neste ano – além, é claro, de ser filho de Claude Troisgros. Mas, dessa vez, o foco são os botecos, afinal, ir para o Rio de Janeiro e não viver a gastronomia de calçada é tão ruim quanto não pisar na praia de Ipanema.
O Thomas nos indicou uma série de bares e botecos clássicos do Rio que qualquer turista, que queira viver como carioca por um dia, deve conhecer. Escolhemos, então, ir conferir o Baixela, uma novidade simples e acolhedora em Copacabana. O lugar é tão caseiro que, andando pela Avenida Rainha Elizabeth, quase passou despercebido. Algumas mesas na parte interna e a maioria na calçada. Optamos pelas mesinhas embaixo da árvore, pegando a brisa que vinha do mar duas quadras à frente.
O cardápio vai direto ao ponto, como quem diz “vendemos comida de boteco e pronto”. O nome é uma grande ironia, já que a sofisticação ficou do outro lado da porta. Ou melhor, da calçada. O negócio de bairro serve comida popular, com PFs caseiros por um preço justo. O cavalete ao lado da porta anuncia as pedidas do dia. Mas antes de falar delas, vamos para uma belezura que está camuflada entre as opções de bebidas da casa.
Estou falando da degustação de batidas (R$ 25). São cinco doses e infinitas possibilidades. A brincadeira funciona da seguinte forma: você prova os shots de batidas na ordem sugerida pelo chef (caso não siga regras desde criança, pule essa parte). Comece pelo de gengibre, depois maracujá, siga no de paçoca, passe pelo de coco e finalize com o de doce de leite. Depois, a brincadeira é livre. Misture as batidas para criar novas combinações. Nesse jogo de arranjo, gostamos muito da mistura de coco com gengibre e doce de leite com maracujá. Um grande começo! Até os almoços no Carnaval são perigosos…
Vamos aos pratos! Uma das escolhas foi o PF de carne assada (R$ 32), que você pode escolher entre salada ou fritas como acompanhamento. Ficamos com a primeira opção: uma saladinha de cenoura e repolho. O segundo pedido original foi uma parmegiana de frango que foi facilmente substituída quando vimos que, fora do cardápio, havia o cupim com salada de batata (R$ 35).
Os pratos vieram acompanhados de um feijão bem temperado no copo de cerveja (bota raiz nisso), junto com uma farofinha espetacular e uma pimenta da casa. A festa tá feita! Comida saborosa, simples e sem mistério, como todo boteco deve ser. A mágica é que, se for reproduzir em casa, não tem a mesma graça. Talvez seja o tempero secreto.
No balcão exibem os acepipes, como cebola ao vinho, peperonata e vinagrete de mexilhão. Vou ter que marcar uma nova viagem para provar os-tão-bem-falados sanduíches, em especial, o de cupim.
Já anote para sua próxima parada no Rio de Janeiro: o Baixela, restaurante humilde com comida popular do jeito mais carioca que existe.
BAIXELA
Endereço: Av. Rainha Elizabeth, 85, loja D, no bairro Copacabana
Horário de funcionamento: De terça a quinta, das 12h às 21h. Sexta e sábado, das 12h à 00h. Aos domingos, das 12h às 20h
@baixela.rio