Não existe nada que defina mais o Brasil do que um boteco com cerveja gelada, cachacinhas e petiscos para compartilhar com a galera. É impossível mensurar a importância que esses lugares têm na cultura brasileira. Afinal, precisamos concordar que as melhores ideias são sempre aquelas que começam em uma mesa de bar. Um bom boteco é praticamente a extensão da nossa casa, é onde a gente se sente à vontade.
E é exatamente essa a proposta do Zuca, bar que abriu há pouco mais de quatro meses, na Rua João Telles, no bairro Bom Fim. Em uma região que está em plena efervescência, o local vem com a proposta de ser a tua sala de estar, em um espaço despretensioso, aconchegante e agregador. Por lá, não tem frescura, o Zuca é uma verdadeira celebração à cultura brasileira. O nome, inclusive, vem de uma abreviação carinhosa de “brazuca”.
A trilha sonora do bar merece destaque. Como não poderia deixar de ser, clássicos da MPB embalam o clima da casa e te convidam a passar horas por lá. Por falar em música boa, no segundo andar, ainda tem uma lojinha de discos de vinil que vale muito a visita.
Como um típico boteco brasileiro, um dos grandes destaques do Zuca são as cachaças artesanais (R$ 8 a dose). Há mais de 10 sabores diferentes para todos os gostos, desde as mais docinhas às mais fortes. Gengibre, bergamota, laranjinha kinkan, pimenta-rosa, figo, abacaxi, jabuticaba, butiá, bananinha e marisqueira são algumas das opções que a gente provou.
A que mais nos surpreendeu e ficou no topo do nosso ranking foi a de figo, muito saborosa, parece até um licor. Mesmo que você não goste de figo, prove, por favor! Mas, ainda sugiro provar a de gengibre e a pimenta-rosa, são muito saborosas.
Entre uma dose e outra, os petiscos precisavam equilibrar. O cardápio é enxuto, mas comtempla tudo que um bom boteco precisa ter. Comida simples e boa para compartilhar. A gente não precisa de mais nada pra ser feliz. E, como não perdemos tempo, provamos logo todo o menu. Mas, antes, uma cerveja bem gelada (R$ 14), por favor!
Começamos pela batata frita (R$ 15) e já nos ganhou na primeira pedida. Aqui, não tem nada de batata congelada, é tudo feito na casa mesmo. O aipim frito com queijo coalho (R$ 20) estava uma delícia também, crocante por fora e bem macio por dentro. É uma surpresa atrás da outra.
O bolinho de bacalhau (R$ 25) do Zuca é o que eu considero de proporção perfeita entre batata e peixe, com o limãozinho por cima fica ainda melhor. Outro clássico de boteco, mas que não vemos tanto em Porto Alegre, é o bolinho de arroz (R$ 20) com parmesão e temperinho verde, exatamente como aquele feito em casa. Ambas porções vêm com seis unidades de cada.
Quando a gente achou que nada poderia nos surpreender mais, chegou o escondidinho de carne de panela (R$ 15). Eu não sei explicar o quanto carne de panela é o meu ponto fraco e essa estava incrível. Escondidinho bem cremoso e gratinado, com bastante queijo, e o recheio bem temperado.
Além de todos esses petiscos preparados na cozinha do Zuca, a casa também oferece empadas feitas pela Empadaria da Bru. E a gente pode dizer: inclua nos seus pedidos. Entre os sabores, tem palmito com molho branco (R$ 10), frango com catupiry (R$ 10), carne de panela com requeijão (R$ 10) e a que ganhou o meu coração: camarão com requeijão (R$ 12). Massa bem levinha, nada gordurosa, e muito recheio.
Além de todas essas delícias de boteco, a casa abre durante a tarde para quem quiser passar por lá e tomar um cafezinho.
O Zuca é uma daquelas gratas surpresas, que a gente descobre e quer voltar sempre. É o lugar perfeito para reunir os amigos, com música boa, e jogar conversa fora. Inclusive, vale ficar atento à agenda da casa, às vezes rola um sambinha ao vivo ou até uma noite de discos de vinil. Programação é o que não falta.
ZUCA
Endereço: Rua General João Telles, 522, no bairro Bom Fim
Horário de funcionamento: de terça a sábado, das 13h30min à meia-noite
@barzucabar