Yamaga é um dos restaurantes mais antigos da Liberdade. Tradicional, não inventa muito nos sushis. Não comete blasfêmias como colocar bacon, abacate e maionese nos sushis. A entrada é tradicional - a placa em cima da porta tem o nome em japonês, e uma plaquinha discreta no canto tem o nome escrito em nosso alfabeto. Um cardápio grudado na porta mostra os principais pratos.
O interior é todo em madeira. Lanternas japonesas dão uma iluminação suave e agradável, e música japonesa toca no rádio. Sentei no grande balcão, em frente ao sushiman (que cumpre seu ofício a mais de 40 anos).
O cardápio “oficial" é super caprichado. Impresso em papel grosso e ilustrado. Escolhi a primeira opção, acompanhada de Yakisoba.
A indefectível toalhinha vem quente e enrolada para limpar as mãos. Na minha opinião essa é uma parte essencial de se comer sushi - afinal é um prato que se pode comer com as mãos.
Recebi uma saladinha, a sopa de Missô e um pratinho para colocar o shoyu.
Comecei o almoço com uma saladinha de pepino e macarrão. Essa salada geralmente tem o pepino em conserva, mas é diferente no Yamaga. O macarrão que leva o tempero agridoce, feito com vinagre de arroz. Frio, úmido e com uma textura levemente gelatinosa. O pepino, por sua vez, é super crocante, sem sal, cortado em rodelas perfeitas.
A sopa de Missô é simplesmente divina. Suave, vem com vários pedacinhos de massa de Tempurá, tofu em cubinhos e cebolinha. A massa de tempurá é macia e absorve um pouco do caldo levemente salgado do Missô. A cebolinha parece ter sido colhida na hora de tão crocante. E o tofu é maravilhosamente suave e macio. A sopa é quente, cheirosa e revigora.
Para beber eu pedi uma cerveja japonesa: Kirin Ichiban. Ela é forte, amarga e refrescante. Cheia de gás, com milhares de bolhinhas pequenas. A espuma, leve e cremosa. Cerveja fantástica. Dá pra ver a diferença que um puro malte faz.
O sushi chegou primeiro. É um prato bem servido. Leva sushi de salmão e lula, sashimis de atum, atum grelhado e peixe branco e hosomakis de atum.
O sashimi de atum é cortado em tiras generosas. O peixe é extremamente fresco, delicado e derrete na boca. O wasabi é picante, quente e delicioso.
O atum grelhado é incrível. Boa parte do peixe derrete na boca, mas o lado que passou na grelha tem uma textura e sabor completamente diferentes. Eles se dividem na boca. É divino.
O peixe branco é mais consistente. Fresquíssimo e saboroso. Parece pescado na hora!
O sushi de salmão é perfeito. Arroz na temperatura certa, temperado com a quantidade exata de vinagre, sal e açúcar. Ele quase desmancha com o Hashi. O peixe, é claro, super fresco. Salmão de verdade. Não tem nem como comparar esse sushi com o que é servido em shoppings.
O sushi de lula! A lula é cozida por alguns segundos em água quente. Para não enrolar, fazem vários cortes perpendiculares. Ela é coberta com um molho adocicado e gergelim. As texturas são contrastantes. Uma pequena obra de arte. Pena que acaba em uma mordida!
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Yamaga: um vovô da Liberdade
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