A verdadeira comida de rua uruguaia no Trailer do Julio

Em um dos finais de semana de julho eu e a Sara Bodowsky - ela é jornalista e edita o Roteiro da Sara, blog superlegal com dicas bacanas de gastronomia - viajamos para fazer a cobertura do lançamento do Festival Binacional de Enogastronomia e Produtos do Pampa, na fronteira entre Brasil e Uruguai. Óbvio que resolvemos explorar as delícias culinárias de Rivera! Entre uma andança e outra, fomos conhecer o Trailer do Julio, um baita exemplar da gastronomia de rua uruguaia, cheio de panchos e chivitos. Enquanto saboreávamos nossos lanches, tivemos a ideia de trocar nossas experiências. Resultado: hoje tem um post meu no Roteiro da Sara sobre a experiência, enquanto a Sara escreveu para o Destemps a visão dela. Não percam! E, por favor, não reparem na minha foto ali no meio do texto :P

Uma tarde daquelas perfeitas na fronteira, frio e sol, e eu só penso - já faz duas horas que almoçamos parrillada e vinho, portanto, que fome chê! Saí à cata da Ju: Vamos comer lanche de rua? Foi tipo perguntar se fogo queima ou água molha, né! Seguimos onze (sim, eu disse onze) quadras desde o Parque Internacional até a Plaza Flores, onde fica o Trailer do Julio - de acordo com o pessoal de Rivera, o melhor de todos. E tem que ser, porque está lá há 42 anos.

Mas antes preciso contar pra vocês que o lugar ainda estava fechado quando chegamos (ele abre às cinco da tarde). Aí a gente fui num super, o Tata, porque eu botei na cabeça que queria comer sorvete Conaprole enquanto caminhava pela rua em um dia frio. Quem, quem, quem topou? A Ju, é claro! (Lembrem que somos #mulheresquecomem).

Aí voltamos e o Julio já estava aberto (vou chamar assim, mais íntima, porque o lugar é todo intimista). Aham. E tem até uma TV de tela plana para os clientes acompanharem os jogos de futebol - porque se tem uma coisa que brasileiros e uruguaios gostam igual é de ver uma boa pelea dentro de campo!

A coisa não é, digamos, lá muito organizada. Mas o pessoal se entende.

O cardápio é clássico, na parede mesmo. O que não adianta muito porque existem vários outros tipos de panchos que só a garçonete sabe explicar. Vai por ela!

E aí eu já tava morrendo de fome quando, de repente, ele chegou. Meu pancho de linguiça com bacon (panceta) e mussarela. Além de catchup, mostarda e maionese (vocês viram que gourmet os três colocados praticamente na mesma linha? Super chef!).

Ia escrever aqui "e não me arrependi". Mas estaria mentindo. Não é bem que não me arrependi. É que, com um estômago muito maior que meus olhos, eu quis esse também. Mas era da Ju. Olhem o chivito, senhores!

Aí eu pensei em pedir pra trocar pelo dela. Ou pra comer também o dela. Mas quando vi a Ju estava praticamente assumindo um relacionamento sério com o sanduíche e resolvi não me meter entre tamanha paixão.

A verdade? Comeria os dois: pancho e chivito.

E o refrigerante é o Pomelo Passo de Los Reyes. Só se acha no Uruguai e na Argentina - e é delicioso! E a gente comprou num posto perto e terminou de tomar lá.

Barriguinha cheia (pela décima vez em menos de 24 horas na Fronteira da Paz) resolvi conferir o modus operandi do trailer. Conclusão? Cheio de vida! Lembrem, bacon = vida.

Detalhe dos ingredientes no mostruário root. Foca só no bacon enrolado na linguiça e esquece do resto, gente! No fim das contas, é o que importa, néam!

Olha as opções de sobremesa: COCO LATE é um must! Muito amor, Punta Ballena! Muito amor!

Eu engoli o pancho em duas mordidas e a Ju continuava atracada no chivito dela. Resolvi não atrapalhar os pombinhos e fui bater um papo com minha nova amiga. O Trailer do Julio, como bom trailer de comida de rua em cidade do Uruguai, tem seus frequentadores caninos. De pancinha cheia com os restos dos lanches - e com a comida que ganham dos frequentadores da praça - o que querem, mesmo, é uma boa festa e carinho na barriga. E com a gente, conseguiram!

Pelo pancho e pelo chivito, pagamos 24 reais. Sou fãnzoca dos Destemps desde o início do projeto, é um prazer participar do site pela primeira vez. You rock (and pop!), guys!