O picadinho carioca da Roberta Sudbrack

Era uma vez uma fã. Essa fã sou eu. A fã gaúcha número 1 da Chef Roberta Sudbrack. Eu que me dei esse título, mas fico bem feliz que a Chef sabe e concorda com isso. Na minha última ida ao Rio decidi experimentar um item que faltava das criações da queridona Roberta - o picadinho carioca. Eu já provei o suddog, o sudburger, o menu degustação (jamais esquecerei) e a terça básica. Parece filme isso né? E é. Se você quiser ver fotos do restaurante e saber mais sobre outros pratos da Chef, confira aqui ou aqui. O meu astro será o picadinho. Somente ele.

O picadinho carioca é um prato super tradicional na cidade maravilhosa. E o do RS é especial. Ele era servido pela Chef quando ela era cozinheira oficial do Palácio do Planalto durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso. Daí o nome: picadinho FHC. No RS essa delícia é servida nas sextas-feiras. Convidei a nossa querida food hunter Ligia para me acompanhar. Ela não titubeou. Lá fomos as duas - a fã gaúcha e a fã carioca.

O menu do dia tinha couvert, entrada, picadinho e sobremesa. Nosso alvo era o picadinho, mas não deixamos passar nadinha. O couvert chegou cheio de charme. Um pão que parecia ter saído do forno e que tropeçou numa chapa com um leve toque de manteiga. Uma delicadeza de manteiga com flor de sal. Uma caponata de berinjela acompanhou. Eu poderia comer mais uns vários pães enquanto o papo rolava solto, mas o picadinho não me perdoaria.

Hora da entrada. Uma tortinha (tipo quiche) cremosa de aspargos brancos e tomatinhos assados com salada verde. Tudo super sofisticado e cheio de sabor.

O astro chegou! O picadinho chegou todo separadinho em mini panelinhas. Um amor só. Filé bem picadinho, ovo, farofa, banana à milanesa e arroz. Um prato simples que para mim é um luxo! Uma combinação perfeita. Talvez minha Santa Ceia. Um peça teatral!

Ato I. Picadinho de filé. Em letras maiúsculas: NA PONTA DA FACA. Fico imaginando o rufo dos tambores quando a ponta da faca começa a agir em parceria com as mãos mágicas da Chef. Estava divino. O molho um espetáculo. O ovo vem por cima e faz a gente perder um tempo pensando se vai furá-lo na panela ou no prato.

Ato II. Ovo caipira pochê: cena censurada. Furei o ovo na panelinha. Salva de palmas. Pedi para a Ligia me beliscar para eu ter certeza que aquilo estava mesmo acontecendo.

Ato III. Cena que foi ao ar. A Ligia furou o ovo dela no prato.

Ato IV. Farofinha de cenoura. Cena forte. Quando a farofa encontra com o molho do picadinho e com a gema mole do ovo pochê. Oh my Gosh! Fechem os olhos dos cardíacos e das crianças.

Ato V. Banana à milanesa. Um toque doce ao prato. Estava tão sequinha e saborosa que atraiu uma família inteira de micos. A família estava passeando pelos fios de eletricidade do bairro (coisa bem típica no Jardim Botânico) e quando perceberam ficaram vidrados nas bananinhas do RS. Fiz que não vi. Não dou, não dou, não dou. É meu, é meu e é meu.

Ato VI. Arroz branco. Tem que ter né. É do tipo figurante, é necessário. Tadinho nem teve foto exclusiva.

Não sei como eu consegui chegar na sobremesa, mas não neguei. Jamais, afinal não é todo dia que eu almoço no RS. Latte Cotto, morango, flores. Delicado, gostoso, cremoso.

Ainda tem um mimo acompanhando a conta. Brigadeiro de colher. Divino!

Para um THE END feliz, não pude deixar de registrar essa minha experiência sem uma fotinho com a minha Chef preferida. Musa!

Não foi barato meu almoço, mas quando a gente tá pertinho do nosso ídolo nada importa né? Paguei R$ 169 com couvert, entrada, O Picadinho, a sobremesa e bebida. Investimento!