Em razão de ser food hunter (e gulosa por excelência), vira e mexe algum amigo ou familiar me pede dicas de lugares para se comer bem. Por isso, recentemente minha irmã e cunhado queriam uma churrascaria boa pra ir. Tá bom! Fiz uma breve análise das casas no Rio, e “determinei”: Palace! Sim, a cidade pode ter várias churrascarias famosas, ou mesmo casas especializadas em carnes, inclusive premiadas, mas em se tratando de rodízio, essa é imbatível! Foi fundada em 1951 e tem em seu logo o desenho do calçadão de Copacabana, pois fica nesse renomado bairro, à Rua Rodolfo Dantas, no quarteirão da praia, e seu nome é uma homenagem ao famoso vizinho, o icônico hotel do Rio.
O bom de ter dado a dica foi ter sido automaticamente convidada, para o almoço do último domingo do ano, e claro, aceitado de imediato, levando minha câmera já com a intenção de fazer um post. Mas fiquei tão entusiasmada (faminta e tonta com tanta gostosura), que não fotografei devidamente, nem as carnes, nem o ambiente; bem clássico e espaçoso. Apenas registrei esse cantinho, onde num monitor passam imagens lindas de Copacabana da década de 50.
São muitas opções à la carte, mas o diferencial é seu sistema de rodízio, com 30 tipos diferentes de carnes nobres, e que dá direito a um bufê de saladas, sushibar, pratos quentes, peixes e frutos do mar. Foco no presunto serrano!
Close no tamanho dos aspargos verdes! Tudo muito bem feito, com ótima apresentação e gostoso. Nem dava pra fotografar tudo, de tanta coisa apetitosa! Entre os pratos quentes uma perfumada e uma farta paella, que me fez tremer de emoção.
A adega da casa é muito robusta, bem selecionada, com 200 rótulos disponíveis, mas o calor deste verão tem sido implacável e devastador, então preferimos uma sangria de vinho branco, tipo clericot. Estava refrescante e muito bem preparada, servida em jarra. E foi bem com o pãozinho de queijo quentinho, reposto a todo o momento.
Mal sentamos e os simpáticos garçons (abrindo parênteses para falar do atendimento, muito eficiente e cordial) já começaram trazendo mil gostosuras, e eu ali perdida, sem saber o que provar primeiro, então tá, pode colocar linguicinha de porco tradicional, e a linguiça fina mineira, levemente apimentada. E fazendo par com elas, uma generosa e deliciosa cebola empanada douradinha... Yumme! Começamos bem!
Vi o garçom servindo enormes camarões e frutos do mar, e disse a ele que depois aceitaria, mas infelizmente não fotografei, porque estava registrando os acompanhamentos colocados à mesa, e que também eram muitos: batata frita, molho de camarõezinhos, aipim, cebolas empanadas, farofa e uma infinidade de itens.
Bom, mas vim aqui pra me esbaldar nos cortes especiais que são muitos e todos maravilhosos. Eis que quem vem conduzindo o carrinho com uma gigantesca costela de boi é o famoso e premiado garçom Antônio Bernardo. Ops, essa simpatia é conhecida somente pelo seu apelido: Índio!
Preciso contar que o próprio Índio é quem prepara a costela, assada por 12 horas, e depois a serve, explicando e nomeando as seis partes em que ela se subdivide. Essa aqui já era uma segunda peça que ele trazia!
Olha a fatia que me foi servida, e que ele corta ao meio, separando a parte tostada e crocante da outra, macia e suculenta. Coisa de louco, de tão bom!
E o desfile não parava, com muitas outras especialidades, como o assado de tira (primeiro plano na foto), o french rack (carrê do cordeiro), e a picanha borboleta ao alecrim, cuja carne é dividida ao meio, ficando com a capa de gordura dos dois lados, dando um gosto intenso na peça. Aff! Desculpe aí os vegetarianos, veganos, e Deus, pelo pecado da carne. Mas isso é muito bom!
Mais eis que outro sorridente garçom (olha ele servindo) traz uma peça de shoulder steak, que é o corte do ombro do boi - o black angus, ou na realidade um filé feito do meio da paleta. Caramba, maravilha essa carne!
O black angus é uma carne tão macia quanto o filé mignon, mas com um sabor muito mais acentuado e saboroso! Pedi pra cortar fininho, como gosto.
Enquanto saboreávamos tudo de delicioso, desfrutamos do conforto do ambiente bem climatizado, e do agradável som do músico Wan Chagas, pianista e flautista, que tem um seleto repertório, e ainda pergunta se o cliente quer alguma música em especial. Para ficar no clima, pedi canções dos anos 50 e 60 (MPB e bossa nova), e claro, pedi pra tocar Ligia, de Tom Jobim.
Bom, mas o show não pode parar (o churrasco, bem entendido), e veio outra especialidade – paleta de cordeiro ao douro; à hortelã, vinho branco, alho, e azeite extravirgem. Essa paleta é servida com geleia de hortelã ao lado. Há quem não goste, mas eu sou clássica. E estava divino isso, viu?
Bem, teve mais - bife de chorizo, um monte de corte que nem lembro mais o nome, fora outros espetos clássicos, e um carro chefe aqui: o bife ancho! É a ponta do contra filé, retirado da parte dianteira, muito suculento e macio. Espetáculo! Mas eis que o Índio (sempre ele) vem com outro carrinho, e sobre o qual uma peça linda de costela prime rib (carne de porco), assada com molho barbecue! Para tudo, que eu vou gritar aqui no meio do salão! Desprendendo do osso e desfiando: maravilhoso!
Ainda vieram muitas outras coisas, todas igualmente saborosas, e com muita fartura, mas é preciso terminar. Estávamos super satisfeitos, tanto que ninguém queria sobremesa. Oi? Há uma foodie à mesa, gente! Tá bom, traz o cardápio, por favor! Uni duni te! Escolhi doces feitos com frutas do Norte do Brasil, mas como havia acabado, pedi a Trilogia Argentina – Alfajor Havanna, Doce de Leite Salamandra, e um cálice de vinho Torrontés colheita tardia. E um cacho de uvas que não sei se era somente para ornar, mas meu cunhado que não come doce, pode saboreá-las.
A churrascaria tem muitas promoções interessantes, e uma delas é oferecer o almoço de cortesia ao aniversariante do mês, a partir de três convidados. Então quando vimos: surpresa! Vieram com uma torta de chocolate para minha irmã, já com velinha acesa e cantando parabéns acompanhados do flautista, e de alguns garçons performáticos, tocando cavaquinho e pandeiro. Wow, o negócio aqui é acarinhar o cliente! E para culminar trouxeram um mimo: um pratinho decorado como lembrança. É ou não é pra cativar, e voltar sempre?
A conta fica em torno de 100 reais por pessoa. Recomendo demais essa casa, que é garantia de comer bem e sair encantado com tudo!
Churrascaria Palace
Rua Rodolfo Dantas, 16 – Copacabana
Rio de Janeiro/RJ
Fone: (21) 2541-5898
www.churrascariaplace.com.br
* Conteúdo produzido por Ligia Ghizi