Poderíamos tratar até como novidade no mundo do vinho, visto que faz pouco tempo que o termo Pétillant naturel e método ancestral ressurgiram nos vocabulários e glossários dos sommeliers e enólogos.
O que é o método ancestral?
É a maneira como os monges faziam os seus vinhos efervescentes. Durante a fermentação alcoólica, onde a levedura transforma o açúcar da fruta em álcool mais gás carbônico, ocorre o controle dessa fermentação e, quando ela está finalizando, se faz o engarrafamento desse vinho. Como ainda tem açúcar da fruta, ele continua a fermentação dentro da garrafa e esse gás natural fica retido, incorporando no produto e assim espumantizando o mesmo, ficando com borbulhas mais suaves. A pressão e o álcool do produto tendem a ser um pouco mais baixos que nos demais métodos.
O método tradicional, champenoise ou clássico, surgiu devido a condições climáticas muito frias, por exemplo, a levedura parava de fermentar e o objetivo não era concluído. Então, se desenvolveu o licor de tirage, que é composto por açúcar e levedura, se adiciona dentro da garrafa e assim ocorre a segunda fermentação do vinho, de maneira mais controlada e segura dentro da garrafa. Assim, temos um espumante de segunda fermentação, o método de champagne, muito conhecido e consumido hoje em dia.
Mas, com a necessidade de sempre ter algo novo no mercado e também com o crescimento do nicho de vinhos naturais - aqueles que não levam adição de leveduras selecionadas e tem o mínimo de intervenção possível -, viu-se a necessidade de resgatar o método ancestral para se ter um espumante a partir da leveduras próprias da uva.
Outra curiosidade sobre o pét-nat, como ficaram conhecidos, é que eles podem ser sur lie, permanecer com as borras da fermentação, ou também podem passar pelo processo de remouage, quando se leva para o bico da garrafa as leveduras e açúcares remanescentes do processo de fermentação, efetuando a limpeza do espumante. Outro ponto é que, ao invés de rolha de cortiça, as garrafas vão para o mercado com a tampa metálica, a tampa que se utiliza para fazer a segunda fermentação do champenoise.
O ressurgimento do método ancestral deu tão certo no mercado que na França, já se possui duas denominações de origem para o produto, sendo elas AOC Montlouis-sur-Loire e também Limoux Méthode Ancestrale. Também no país, está se utilizando o termo pétillant originel, por que na França o termo natural não pode ser utilizado nos rótulos.
Experimentar esses produtos é uma experiência nova, é busca novos sabores e aromas e se abrir para as novidades. Separamos três rótulos de pét-nat nacionais para vocês conhecerem, degustar e curtir o momento.
1. Vinhas do Tempo Petulante Natural Rosé 2020
Preço médio: R$ 145
2. Faccin Pét-Nat Branco 2020
Preço médio: R$ 149,90
3. Pét-Nat Vivente Natural Cabernet Franc Merlot 2019
Preço médio: R$ 159,90