Há pouco mais de dois anos tivemos uma alteração na normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimentos (MAPA), que modificou e incluiu algumas complementações dos padrões de Identidade e Qualidade do Vinho e Derivados da Uva e do Vinho. Cabe lembrar que a normativa se aplica para vinho e derivados da uva e do vinho comercializados em todo o território nacional, produzidos no Brasil e importados.
Antes de 2018, os vinhos eram classificados em fino, quando elaborados exclusivamente com variedades de uvas vitis viníferas, como as castas européias - cabernet sauvignon, chardonnay, pinot noir , merlot, entre outras - e o limite de álcool estabelecido era de 14%, o que em algumas safras era necessário cortar os vinhos para reduzir o teor alcoólico para ficar dentro da legislação.
Foi assim que surgiu o vinho nobre, uma categoria que comporta vinhos de 14,1% até 16% de álcool. Deve ser exclusivamente elaborado com uvas vitis viníferas e pode ser branco, rosé ou tinto. Também, todo esse álcool do vinho deve ser proveniente dos açúcares da fruta, nessa categoria não é permitido chaptalização, ou seja, acrescentar sacarose para fermentar. Também, e bebida nobre pode ser seca, demi-sec ou suave, conforme a quantidade de açúcar do produto.
O lado positivo é que, apesar de ter demorado, atualizamos a nossa legislação de 1988 e isso ocorreu em uma das melhores safras de uva da história do Brasil. A partir de 2018, temos a categoria de vinhos nobres e, já nessa safra, conseguimos ter boa maturação da fruta para atingir esse álcool e, ao mesmo tempo, a fruta ter alta concentração de polifenóis como taninos para suportar todo esse teor de etanol e estar equilibrado e integrado na bebida. Afinal, o álcool se forma a partir da fermentação e a quantidade dele depende de cada variedade de uva, terroir e safra. Regiões mais quentes, por exemplo, elaboram vinhos mais alcoólicos, mas isso não tem nada a ver com a qualidade do produto.
Se quiser sentar e degustar vinhos nobres, temos uma lista daqueles que já estão no mercado. A concentração alcóolica é alta, então, recomendamos que seja realizado sem pressa, curtindo o momento e apreciando todos os aromas e sabores desses vinhos.
- Miolo Lote 43, Merlot e Cabernet Sauvignon
Preço médio: R$ 150 - Dunamis Tinto, Merlot
Preço médio: R$ 65 - Arduino Tinto Seco, Sangiovese
Preço médio: R$ 80 - Terragnolo Boudel, Marselan
Preço médio: R$ 180 - Maria Maria Eva, Syrah
Preço médio: R$ 120