Por ser enóloga, tenho tendência em optar por vinhos, mas como toda regra tem sua exceção, há dias que pedem uma cervejinha bem gelada. Conversamos com a beer sommelier Aline Petroli para desvendar os principais mitos que envolvem o mundo cervejeiro.
Puro malte é sinônimo de qualidade em uma cerveja?
De jeito nenhum! O importante é a qualidade dos ingredientes utilizados na receita e o cuidado no processo de produção dela.
Chope é muito melhor do que cerveja em garrafa?
Depende, pois a qualidade do chope está intimamente ligada à limpeza da chopeira e ao tempo em que o barril está aberto. Isso influencia bastante no frescor da bebida. Há quem diga que gosto, cores e amores não se discutem (risos). São dois produtos e cada um tem os seus consumidores.
Todas as cervejas com lúpulo são amargas?
Não necessariamente. Tudo depende do estágio em que o lúpulo foi adicionado no processo de produção da cerveja. A session IPA, por exemplo, tem a substância no aroma, porém é bem refrescante e com pouco amargor.
Cervejas ales são escuras e lagers são claras?
As cervejas ale fermentam em temperaturas mais altas, têm aromas e sabores mais complexos, como, por exemplo, a IPA, a weiss, a stout e a ambar ale. As lagers são fermentadas em temperaturas mais baixas, originando bebidas mais leves, como a pilsen, estilo mais conhecido do tipo. A coloração não tem nada a ver com a levedura utilizada. Você consegue encontrar lagers escuras, como a bock, assim como é possível achar ales claras, como são os casos da witbier, as cervejas de trigo. Por falar em cores, muita gente também acha que as bebidas escuras são mais fortes e mais alcoólicas do que as claras. Isso é mito!
Não dá para tomar cerveja no frio?
Existe uma variedade de estilos de cervejas tão grande, que há opções ideais para serem consumidas no inverno. Um exemplo é a stout, que é mais encorpada e com notas torradas que lembram café e chocolate.