Enólogo da vinícola Dal Pizzol, Dirceu Scottá assumiu a presidência do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) em 2016. Na nova função, pretende consolidar o vinho brasileiro como produto de excelente qualidade e trabalhar para que a carga tributária seja menos onerosa, melhorando a competitividade e a imagem de que o vinho brasileiro é muito caro.
Qual é a sua uva preferida?
Para espumantes, Pinot Noir e Chardonnay. Para vinhos tintos, Merlot e Touriga Nacional, e para os brancos, Chardonnay e Sauvignon Blanc.
Uma uva que vai se destacar em 2016 no Brasil.
Minha aposta para 2016 seria o destaque cada vez maior dos nossos espumantes e de vinhos tintos jovens, fáceis de serem consumidos com o apelo de serem descomplicados e agradáveis ao paladar.
Com que prato você gosta de combinar o vinho?
O vinho branco combina muito bem com peixes e frutos do mar, agora neste período de verão; com uma boa massa e uma carne vermelha, cai muito bem um tinto. Ainda temos nossos excelentes espumantes que combinam com acompanhamentos ou até mesmo sozinhos.
Como você enxerga o mercado dos vinhos no Brasil?
Mercado bastante competitivo, disputado e hoje restrito por ter sido tomado pelos vinhos importados. Mas, se analisarmos por outra ótica, também podemos concluir que é um mercado com grandes possibilidades de crescimento, devido ao potencial de ampliação do consumo per capita, hoje somente de dois litros por pessoa ao ano.
E o mercado e a produção de espumantes nacionais?
É um mercado com grande potencial de crescimento e, consequentemente, consolidação do país como um excelente produtor de espumantes com bom custo-benefício e qualidade. Prova disso é a matéria recente no Jornal Francês Le Figaro comentando sobre a qualidade e o potencial do Brasil como elaborador de espumantes.
Qual é a ideia da marca Brasil Espumantes lançada pelo Ibravin?
Queremos consolidar a imagem do espumante brasileiro como um produto de excelente qualidade e bom custo-benefício perante nossos consumidores, sommeliers, donos de restaurantes, críticos de vinhos, imprensa, enófilos e todos os que de uma forma ou de outra têm ligações com a bebida. Pretendemos aumentar ainda mais nossa presença no mercado e junto alavancar a imagem do país, demonstrando que já produzimos vinhos de excelente qualidade. Cabe aqui uma observação. Estamos cientes de que evoluímos muito na qualidade dos vinhos, mas isso não basta. Precisamos evoluir muito mais e aumentar o volume de vinhos de alta qualidade.