Não gostamos apenas de falar sobre um assunto. Somos apaixonados por viver a experiência. Por isso isso, quando a Juliana Palma estava produzindo uma reportagem sobre os vinhos produzidos no Vale do São Francisco (e que você pode conferir aqui) logo pensamos: temos que viver isso, experimentar esses vinhos. Então, lá fomos nós para a Terrunyo, loja de Porto Alegre especializada em vinhos.
Apesar de ser uma loja, a Terrunyo tem mesas na área interna e externa para que os clientes possam sentar e experimentar um rótulo. Fui a primeira a chegar da turma e escolhi uma das mesas da calçada.
Como havíamos ligado antes e dito que gostaríamos de experimentar alguns rótulos da região do São Francisco, quando chegamos os vinhos já estavam sendo preparados – inclusive, um deles, estava sendo decantado. Percebam a chiqueza da coisa.
Não só os vinhos já estavam a nossa espera, como as taças.
Eles servem tábuas de frios e azeite para acompanhar o pão que você mesmo pode levar (o que nós fizemos – passamos antes na Barbarella Bakery e compramos um baguete integral, um baguete tradicional e um pão au levain). De cara, já veio para a mesa a tábua de frios.
E logo depois já trouxeram o pão que havíamos levado, junto do azeite oferecido pela casa.
O azeite que nos serviram foi o EA Extra Virgem, um azeite português muito aromático e suave, produzido com as variedades de oliva galega e cobrançosa.
Achávamos que havia chegado a hora dos vinhos. Mas a nossa surpresa foi que nossa experimentação começou com espumantes. Segundo o Lucas Pinheiro, sommelier da Terrunyo, a produção mais característica da região são mesmo os espumantes.
O primeiro espumante que degustamos foi o Terranova Brut Blanc de Blancs, produzido pela Miolo na região do Vale do São Francisco – sim, a Miolo não produz apenas nas bandas de cá. Feito com as castas de uva chenin blanc, sauvignon blanc e verdejo, este vinho é bem aromático – todos na mesa concordaram e uma das pessoas do grupo ainda acrescentou: “Lembra abacaxi ou pêssego em calda”. “Ou seja, compota”, completou o outro.
Logo depois, passamos para a Rio Sol Brut Grand Prestige, um espumante bem adocicado. Um dos polêmicos companheiros de mesa arriscou: “Lembra Donuts”. Ninguém entendeu muito bem, mas talvez fosse saudade da franquia que não existe há muito tempo em Porto Alegre.
Em seguida, materializou-se em nossa mesa mais um rótulo da Miolo: o Terranova Brut Rosé de Noir. De uma cor rosada forte, quase um vermelho, ela causa uma estranheza logo de início, mas depois nos acostumamos a ela. Segundo aquele polêmico amigo, lembra “lula a dorê” – sim, todos passamos a noite rindo da comparação.
Mais um espumante antes de passarmos para os vinhos. Que venha o Rio Sol Rosé, 100% Syrah. Espumante leve, fácil de beber. "Ovo, lembra ovo", disse alguém tão polêmico como o outro companheiro de mesa. E ninguém mais conseguiu sentir aroma nenhum além de ovo.
Passamos, então, para os vinhos e experimentamos o Rio Sol Syrah 2011, com 13% de graduação alcoólica. O nosso amigo polêmico fez a segunda melhor comparação da noite, dizendo que o vinho lembrava uma niqueleira de couro ou, então, o que foi ainda melhor, a capa de couro dos rádios de pilha de tempos atrás. Apenas genial.
O segundo vinho da noite foi aquele que estava decantando logo que chegamos e que, por isso, estava sendo muito aguardado. O Paralelo 8 Premium 2009, da Vinícola Santa Maria, é feito com as castas cabernet sauvignon, syrah, alicante bouchet, touriga nacionak e aragonez, e é envelhecido em barrica de carvalho francês por 12 meses e por seis meses em garrafa (a explicação quem nos deu foi o Lucas, porque obviamente não identificamos tudo isso na degustação). O que percebemos deste vinho é que ele é um achado. Intenso, aromático na medida e delicioso.
Para finalizar, depois de tantos rótulos, pães deliciosos, um azeite perfeito e uma tábua de frios que eu não conseguia parar de beliscar, experimentamos o espumante Rio Sol Demi-Sec. Eu, que só gosto de brut, tive a sensação de que o rótulo combina bem com sobremesas.
A experiência de degustar vinhos e espumantes num dia de clima ameno, acomodados em uma mesa na calçada e ainda recebendo explicações de um sommelier foi fantástica. Ainda mais em um grupo de pessoas que não entendem nada profundamente de rótulos, castas, terroir, mas que querem se divertir. A conclusão é que entendedores entenderão que não somos especialistas em vinho mas que gostamos de beber. E isso é o que importa.
Estávamos em cinco pessoas e degustamos sete rótulos, além da tábua de frios (o pão não conta porque compramos antes). Gastamos 287 reales, valendo destacar que a maioria das garrafas custou por volta de 25 reales.
Terrunyo Vinhos
Dinarte Ribeiro, 116 – Moinhos de Vento
Porto Alegre/RS
Fone: (51) 3311-9113
Aceita os cartões Visa, Master e American Express
* Conteúdo produzido por Tatiana Tavares