Tema de documentário lançado nesta quinta-feira (28) pelo Globoplay, Belo tem uma trajetória musical marcada pelo sucesso, mas também pelas polêmicas. Uma das mais longevas foi a dívida com Denílson, quitada em dezembro do ano passado, após mais de 20 anos de atritos públicos entre os dois.
Na produção, batizada de Belo: Perto Demais da Luz, o pagodeiro revela detalhes pouco conhecidos do impasse jurídico.
— As pessoas não estão dentro do problema. Ouvem na rua: "Ah, porque a quebra do contrato do Soweto". Não tem nada nada a ver com isso — afirma o músico no segundo episódio do documentário, disponibilizado pela plataforma em quatro partes.
O imbróglio começou em 1999, quando o jogador Denílson comprou os direitos do grupo Soweto. Com Belo como frontman, a banda já era um fenômeno no final da década de 1990, mas viu os seus números subirem ainda mais após a troca de empresário, como mostra a produção do Globoplay.
Contudo, o sucesso do Soweto parecia estar intimamente ligado à figura do vocalista, o que despertou nele o desejo de partir para a carreira solo. Fontes ouvidas pelo documentário dizem que Denílson se sentiu lesado pela decisão do vocalista de abandonar o grupo, mas o ex-jogador não aceitou participar da produção.
De acordo com Belo, o ex-empresário entrou na Justiça para cobrar uma multa pela saída dele do Soweto, mas perdeu o processo. A dívida entre os dois teria como origem o último show dele junto ao grupo, que acabou em quebra-quebra.
O cantor deixou o palco antes do fim da apresentação, o que levou o contratante a cobrar de Denílson uma multa de cerca de R$ 300 mil. No documentário, o cantor diz que abandonou o palco porque foi "boicotado" pelos ex-companheiros de banda:
— Tiraram o microfone da minha mão, colocaram em um pedestal e continuaram eles cantando. Eu vi que não tinha mais clima. Saí, entrei no carro e fui embora, porque não tinha mais clima nenhum para fazer o show.
Denílson atribuiu o prejuízo do show a Belo e ganhou a ação movida contra ele na Justiça, que condenou o pagodeiro a pagar R$ 388 mil. A decisão saiu em 2004, mas o pagamento se deu somente no ano passado. Estima-se que a quantia paga gire em torno de R$ 7 milhões.
— Não é que eu não pagava o cara porque não queria, que eu não pagava porque era caloteiro, safado, sem vergonha e não queria pagar — justifica Belo no documentário. — O tempo determinado para se fazer isso era aquele mesmo. Ah, mas demorou tantos anos. Demorou, mas se eu tivesse feito lá atrás, eu teria me arrependido. Tinha tomado um prejuízo que não tomei agora.
Em maio deste ano, Belo e Denílson participaram do Futebol Solidário, evento realizado pela Globo para arrecadar fundos em prol da recuperação do Rio Grande do Sul, e afirmaram não haver mais nenhum problema entre os dois.
Já em relação ao Soweto, os impasses também foram superados. O cantor está rodando o país ao lado do grupo, em turnê que desembarca em Porto Alegre no dia 8 de dezembro.