Há quem reutilize roupas íntimas de mortos. Ou quem recolha restos de comida no lixo. Tendo chegado à plataforma Max em 18 de julho, a primeira temporada de Muquiranas Brasil chamou atenção.
A série é a versão brasileira de Extreme Cheapskates (título original), produção norte-americana que estreou em 2012. A produção mescla os estilos documentário e reality show, apresentando o dia a dia de quem testa a própria criatividade para economizar.
Abaixo, Zero Hora separou alguns métodos de economia que foram exibidos na temporada brasileira.
Do lixo ao bucho
No primeiro episódio, vemos Vanderlea Inocêncio pegando restos de comida do lixo nas praias de São Vicente (SP) — mesmo que ela possua imóveis para alugar. Além dos alimentos, a muquirana também reaproveita roupas e utensílios que encontra descartados.
Calcinha mortuária
No segundo episódio, somos apresentados a Marli Soares, de São Paulo (SP). Ela armazena centenas de roupas íntimas, que adquiriu de pessoas que já morreram. Essa coleção começou após a morte da sogra.
— Fui na casa dela após o enterro catar alguma coisa. Eu tinha o direito — contou Marli, no episódio. — Sabe quanto custa cada calcinha? Mais de R$ 30. Para mim, é como se fosse uma homenagem.
— Toda vez que ela usa a calcinha eu lembro da minha mãe — refletiu o marido, Gileno de Carvalho.
Do banheiro para o fogão
Marli também apresenta outro hábito que impactou a audiência: ela reaproveita o papel higiênico utilizado para limpar fogão.
— Nem parece que está usado. Quando faço uma fritura, fica tudo cheio de gordura. Então, pego (o papel) que usei no número um e limpo para tirar o grosso — relatou.
Não tinha teto, não tinha nada
Não há móveis ou eletrodomésticos na casa do porto-alegrense Patricio Campanha, que conhecemos no segundo episódio. Patricio dorme dentro de uma barraca com colchão, que também serve de mosquiteiro para evitar contato com insetos. Ele garante que ali não entra terra e que, periodicamente, a barraca é higienizada.
São poucas paredes: boa parte da casa foi derrubada. Também não há piso, que foi quebrado — segundo Patricio, assim obtém mais contato com o chão e não precisa varrê-lo, o que ajuda a economizar. Para que não haja erosão, ele inseriu pneus no solo.
Fio dental improvisado
No terceiro episódio, conhecemos Alce. Dono de um brechó, em São Paulo (SP), ele mora no local de trabalho mesmo possuindo dois imóveis. Alce expõe uma metodologia curiosa: produz fio dental com sacola de plástico de supermercado.
Resgate da boneca inflável
O quarto episódio traz o casal Clívia e Maurício, moradores de São Paulo (SP). Os dois costumam chafurdar pelos lixos da cidade para encontra objetos reaproveitáveis — ou, quem sabe, comercializá-los. No programa, eles resgatam de uma caçamba de lixo uma boneca inflável, que higienizam e põem à venda.
Especialidade da casa
Moradora de Canoas, Glaucia Rangel surge no quinto episódio trazendo um cardápio especial para quando recebe alguém em casa:
— Sirvo pipoca para as visitas. É uma coisa barata e que enche o bucho.
Limite de R$ 10
Natural de Pelotas, no Sul do Estado, mas vivendo em Florianópolis (SC), Tarso Gonçalves é personagem do sétimo episódio. Descrito como um muquirana que vive em férias, ele limitou seus gastos com comida a R$ 10 por dia.
— Quando vou ao mercado, busco coisas de R$ 3,50 por dia. Se tem uma coisa só de R$ 3 e o resto é tudo acima de R$ 3,50, eu como só a coisa de R$ 3 o dia inteiro — explicou Tarso, enquanto selecionava bananas e pepino.