Em entrevista ao programa Supersábado, da Rádio Gaúcha, Fernando Morgado, autor da biografia Silvio Santos, a trajetória do mito, relembra os principais momentos da carreira da lenda da televisão, que morreu neste sábado (17) aos 93 anos.
— O Brasil acabou de perder o maior nome da história da comunicação. (...). Ele (Silvio Santos) revolucionou, criando uma comunicação ainda mais próxima com o povo. Não era à toa que boa parte do programa do Silvio Santos era comandada do meio do auditório. (...) O Silvio Santos gostava do povo. (...) O Silvio Santos encontrava no palco a alegria de viver. Era onde ele era efetivamente feliz — disse Morgado.
Afastado da televisão há cerca de dois anos, Silvio Santos foi internado na última terça-feira (16) no Hospital Albert Einstein, na zona sul de São Paulo, após ser diagnosticado com H1N1.
Como lembra Morgado em entrevista à Rádio Gaúcha, o ícone morre na antevéspera do aniversário do SBT, emissora fundada por Silvio Santos. O biógrafo também recorda histórias e curiosidades sobre a lenda da televisão.
— O modelo do microfone (que Silvio Santos usava preso no pescoço, uma de suas marcas) é alemão e, por incrível que pareça, o primeiro sem fio do mundo. Tem um fio que aparece, mas para em um terminal que se coloca na cintura. Aquele suporte, que tem gente que pensava que apurafusava no corpo do Silvio, é um barbante que passa por trás da gola da camisa. Na verdade, era um colar de barbante. Foi feito para dar mobilidade para o Silvio Santos. (...) Muitos apresentadores usavam esse suporte, mas o dele ficou muito marcado.
Ainda em entrevista ao programa Supersábado, Morgado lembra dos aviõezinhos confeccionados com cédulas de dinheiro que Silvio Santos atirava à plateia.
— Eram dobrados pelo Seu Assis, que era como um faz-tudo do Silvio Santos desde o tempo da Rádio Nacional de São Paulo. Já no fim, o Seu Assis tinha como único trabalho no SBT dobrar os aviõezinhos. Ele ficava ali por lealdade ao Silvio. (...) A função dele era dobrar aviãozinho. (...) Da mesma maneira que a gente lembra do Silvio Santos ao longo da história pelos programas que ele apresentou, a gente lembra também dos bordões. E como ele ficava muito tempo no ar e ficou por tantos anos, ele tinha muito tempo para marcar esses bordões na nossa cabeça. É um poder de comunicação muito grande.