O programa Altas Horas dedicou a edição da noite de sábado (18) para homenagear e prestar apoio ao Rio Grande do Sul, que vive as consequências da maior tragédia climática de sua história. Serginho Groisman recebeu apenas convidados gaúchos, com o objetivo de compartilhar mensagens de esperança, endossar a cultura da região e fortalecer os pedidos de doações às vítimas das enchentes.
A atração recebeu a presença de personalidades como Adriana Calcanhotto, Armandinho, Beto Bruno, Filipe Catto, Humberto Gessinger, Kleiton Ramil, da dupla com Kledir, Lucas Silveira, da Fresno, Lucas Lima, Luka, Thedy Corrêa, do Nenhum de Nós, e Vitor Kley.
Logo no início do programa, Lucas Silveira se emocionou ao relatar a destruição das cidades gaúchas e a forma como tomou conhecimento sobre a situação. Ele estava no Rio de Janeiro quando a chuva começou a causar enchentes:
— (A informação chegou) um pouco parecido com a pandemia, a má notícia chega devagar, porque seu cérebro não consegue captar aquilo numa lapada só.
Em parceria com o podcast PodPah, a banda Fresno foi responsável por organizar uma live com a participação de diversos artistas para juntar recursos para o Estado. A ação arrecadou R$ 2 milhões, dinheiro que foi integralmente destinado às vítimas das inundações.
— Quero dizer que todos os dias me lembro de um lugar ou de alguém e falo: "Está em cima ou embaixo d'água?". Por isso, muito cedo falamos: "Como vamos levantar o maior dinheiro possível?". Fizemos uma live com vários artistas para fazer o dinheiro chegar e chegou. Gastamos tudo porque é pressa, é coisa básica, dignidade.
Beto Bruno compartilhou com o público as angústias em torno dos últimos acontecimentos, que deixou 155 mortos e atingiu 463 munícipios.
— O que eu fico pensando é: "E a partir de agora, como vai ser? Qual o plano?", porque as pessoas que perderam as casas não têm como reconstruir. Esta é a minha maior preocupação.
Armandinho relembrou a inundação que assolou o Estado no segundo semestre de 2023:
— A gente já vem de outra enchente, que aconteceu em setembro do último ano. Estávamos nos recuperando daquela e agora outra. Fico preocupado com as crianças, com o que será desta recuperação.
Já Humberto Gessinger não conteve as lágrimas ao ouvir Lucas Lima interpretar a canção Somos Quem Podemos Ser, composição do Engenheiros do Hawaii.
Antes da apresentação, Lima explicou a escolha da música:
— Primeiro, é uma música muito linda, de um dos maiores compositores da música gaúcha. Mas quando escolhi, não sabia que ele estaria aqui e agora estou muito nervoso — disse ele se referindo a Gessinger.
Thedy Correa, do Nenhum de Nós, fez um apelo sobre os perigos que considera que a desinformação e o negacionismo podem provocar neste momento. Segundo o artista, o que aconteceu no Rio Grande do Sul nas últimas semanas é uma amostra do que pode acontecer com todo o planeta.
— A gente não pode deixar de chamar atenção, porque tem pessoas que estão desumanizando o povo gaúcho. São pessoas que pedem para não politizar a discussão e politizam a discussão. Tem pessoas compartilhando fake news que estão prejudicando as contribuições e o socorro. Isso nada mais é do que desumanizar as pessoas. O Rio Grande do Sul é uma amostra do que pode acontecer em todo o planeta e se a gente não levar isso a sério, cada um de nós vai ter de enfrentar isso logo logo — declarou.
Ao longo de todo o programa, os convidados e Serginho Groisman destacaram a importância das doações para as entidades de apoio ao atingidos pelas enchentes.
— A gente pede aqui para que as pessoas continuem doando, porque, infelizmente, a situação está longe de passar — citou o comunicador.