Uma jovem indígena, um viúvo amargurado, uma loira má e ambiciosa. "Eu quero as joias"; "Não brigue com a mamãe"; "Mirrrrrnaaaa". Noveleiros que se prezem sabem que estamos falando de Alma Gêmea, um dos maiores sucessos da teledramaturgia. A trama de Walcyr Carrasco foi um fenômeno de audiência, alcançando às 18h números dignos de horário nobre. A partir de hoje, a novela ganha sua segunda reprise no Vale a Pena Ver de Novo (a primeira foi em 2009), e vai ter muita gente querendo (re)ver essa bela história. Mas afinal, quais são as razões para tanto sucesso? Listo aqui cinco motivos que fazem de Alma Gêmea um novelão.
Amor de outras vidas
Não adianta, o amor é o grande motor que impulsiona o sucesso da maioria das novelas. E quando esse sentimento atravessa as barreiras da vida e da morte, suspiramos ainda mais diante da telinha. Em Alma Gêmea, Rafael (Eduardo Moscovis) havia acabado de se casar com Luna (Liliana Castro), mas a moça é assassinada.
A tragédia faz com que o protagonista atravesse décadas em profunda tristeza, sem ver razões para voltar a ser feliz. Até que, em uma tribo não muito distante, a jovem Serena (Priscila Fantin) sente que precisa ir para a cidade, sem saber ao certo o porquê. É lá que ela conhece Rafael, que logo descobre que a moça é a reencarnação de Luna. As duas almas se reconhecem e dão continuidade ao amor interrompido no passado. Mais romântico do que isso, impossível.
Vilões terríveis
Se há um casal apaixonado, tem que haver também vilões dispostos a separá-los. Cristina (Flávia Alessandra) é a personificação de tudo o que há de ruim: ambiciosa, fria, calculista, egoísta e arrogante. Disposta a manter sua vida de luxo, ela faz de tudo para se casar com Rafael, e para isso tentará tirar as rivais de seu caminho – primeiro Luna, depois Serena. Pra piorar, a loira má tem a ajuda da mãe, Débora (Ana Lúcia Torre) e do amante, Guto (Alexandre Barilari), além de outros cúmplices eventuais. Cristina foi icônica, teve frases e momentos inesquecíveis e um dos finais mais impactantes da história da TV.
Humor na medida
Como não poderia deixar de ser, Walcyr Carrasco amenizou a trama repleta de maldades com um núcleo cômico inesquecível. O público amou a “casadoira” Mirna (Fernanda Souza), disposta a tudo para conseguir um marido, o que sempre acabava em confusão por conta do irmão da moça, Crispim (Emílio Orciollo Netto), que jogava os pretendentes no chiqueiro. Destaque também para a pensão de Divina (Neusa Maria Faro – 1945 – 2023) e Osvaldo (Fúlvio Stefanini), palco de brigas, camas quebradas, mas também de muito amor.
Trilha sonora
O tema de abertura dispensa apresentações (“Carne e unha, alma gêmea, bate coração”), com Fábio Jr. soltando a voz em um dos maiores clássicos de seu repertório. A novela era embalada também por Roberto Carlos, Milton Nascimento, Maria Bethânia e Gal Costa.
Aquele final
O último capítulo da novela divide opiniões até hoje. Foi tiro, fogo, muita ação e uma certa tristeza. Por outro lado, está entre os desfechos mais emocionantes da teledramaturgia brasileira. Quem viu, chorou, e certamente vai chorar de novo. Por maior que seja a dor no coração do público, não tinha como ser diferente, não acham?