Uma das principais diferenças da nova versão de Renascer com relação à de 1993 é o papel das mulheres na história. Se há 30 anos a trama era muito mais machista, patriarcal e girava em torno dos homens, no remake quem manda são elas.
É claro que temos exceções, como Dona Patroa (Camila Morgado). Porém, esta versão da personagem não é completamente submissa ao marido. Ela enfrenta Egídio (Vladimir Brichta), levanta a voz e acusa o marido de arrastar asa para outras mulheres. Na primeira versão, quando era vivida por Eliane Giardini, Dona Patroa tinha o olhar triste, um jeito de andar mais curvado e não ousava levantar a voz para o marido.
Trio de peso
Existe um trio que vem dando o que falar ao tomar atitudes empoderadas e até mesmo ousadas. Eliana (Sophie Charlotte), por exemplo, assumiu seu desejo por Damião (Xamã) e fez do peão seu “brinquedinho”. Ele bem que tenta se esquivar, mas não consegue resistir às investidas da moça.
Mariana (Theresa Fonseca) também empina o nariz e enfrenta o macharedo sem se intimidar. José Inocêncio (Marcos Palmeira) que se cuide, os planos de vingança da neta de Belarmino (Antonio Calloni) podem despertar a qualquer momento.
E quem chegou de Salvador para enfrentar o patriarcado da região foi Sandra (Giullia Buscacio). Com cabelo nas ventas, a jovem bateu de frente com o pai sem medo, foi expulsa de casa e já tem planos pra afrontar ainda mais o Coronel. Imaginem se ela reabrir a casa que era de Jacutinga (Juliana Paes)?
Pelo jeito, o feminismo chegou pra ficar lá pelas bandas de Ilhéus.