A reta final de Terra e Paixão está eletrizante. Vai chegando o momento em que os vilões, cada vez mais acuados, metem os pés pelas mãos e acabam se complicando. É o caso de Antônio La Selva (Tony Ramos), que continua com a certeza da impunidade, afinal, sempre teve a polícia, juízes e políticos nas mãos, o que o fez escapar de ser responsabilizado pelos crimes que cometeu. A casa começou a cair quando o poderoso foi parar atrás das grades por conta do sequestro de Aline (Barbara Reis), e apesar de ter amargado pouco tempo na prisão, percebeu que não é intocável.
Porém, ao invés de sossegar um pouco, Antônio resolveu dar o troco em Marino (Leandro Lima), atingindo o ponto mais fraco do delegado. Um matador de aluguel baleou Lucinda (Débora Falabella), deixando-a em estado gravíssimo. É aí que eu pergunto: precisava? Será que todo o sofrimento infligido a Marino, Anely (Tata Werneck) e ao pequeno Cristian (Felipe Melquiades) era necessário ao andamento da história? Entendo que neste momento o delegado precisava ficar com mais “sangue nos olhos” e focado em prender La Selva, mas mesmo assim, não me conformo. Lucinda passou metade da novela sendo agredida e humilhada por Andrade (Ângelo Antônio), demorou a encontrar um amor tranquilo e passou pouco tempo de felicidade nos braços de Marino. Poderia ter sido poupada de uma tragédia nessa reta final.
O que valeu, no entanto, foi ver a entrega de Leandro Lima e Tata Werneck nas cenas mais dramáticas. O ator não é apenas um galã de respeito, tem talento para ser até mesmo um futuro protagonista. Tata, por sua vez, mostra que vai muito além da vertente cômica que a consagrou, pode ser sim, uma atriz de drama quando necessário.