Sex Education estreou a sua quarta e última temporada nesta quinta-feira (21). E, ao mesmo tempo que os fãs comemoram os novos episódios, a sensação de tristeza pela despedida já começa a tomar conta das redes sociais. A produção, lançada em 2019, logo se tornou um dos maiores sucessos da Netflix, ficando entre as mais vistas do catálogo.
Mas o que explica esse fenômeno? Bom, a premissa inicial da atração era um tanto quanto boba: Otis (Asa Butterfield) é filho de uma sexóloga e, por conta disso, sabe dar aconselhamentos sexuais como ninguém na escola onde estuda. Porém, ele ainda é virgem e tem suas próprias questões com sexo. Apesar disso, a série foi se mostrando muito mais do que apenas a comédia adolescente que a sinopse apontava.
Ao abordar assuntos importantes para os jovens — e também para os adultos — de maneira leve, mas firme, a produção foi caindo nas graças do público, sendo elogiada pela crítica especializada. Mas, agora, encerra a sua jornada, sem medo do fim e mostrando maturidade.
Abaixo, cinco pontos que fizeram de Sex Education um sucesso e que podem convencer quem ainda não assistiu a dar o play:
Educação sexual (claro)
A leveza com que Sex Education aborda os seus temas é um grande trunfo da série. Um dos principais — e que dá nome para a produção — é a importância da educação sexual.
A trama acompanha Otis (Asa Butterfield), que vive com a sua mãe, a terapeuta sexual Jean (Gillian Anderson). Por conta da convivência, o jovem tem facilidade para dar aconselhamentos sobre sexo, assunto que não é, muitas vezes, abordado com a importância que deveria nas escolas ou nas próprias casas dos jovens.
Assim, a produção apresenta uma linguagem próxima do público adolescente e trabalha os tabus relacionados à sexualidade humana de maneira inteligente dentro de diversos núcleos da trama, dos alunos da escola até os professores. Calcada na amizade, a história aborda o descobrimento do corpo e das vontades, chegando até as relações sexuais propriamente ditas.
Autoaceitação
Em um mundo no qual os padrões de beleza estão cada vez mais inalcançáveis, Sex Education procura reforçar a importância de aceitar e festejar ser quem é.
A personificação dessa mensagem que a produção da Netflix quer passar se dá, principalmente, em Eric (Ncuti Gatwa). Com várias camadas, o personagem é autêntico, estiloso, engraçado e sempre tem algo a ensinar aos demais. O adolescente ainda tem uma história complexa, que envolve igreja, bullying e homofobia.
Sororidade
A série também aborda o feminismo e o acolhimento entre as mulheres. Um dos episódios que exemplificam isso é o sétimo da segunda temporada, quando Aimee (Aimee Lou Wood) é assediada no ônibus que pega todos os dias para ir para a escola.
Na ocasião, um homem se masturba e ejacula no jeans da jovem. As outras meninas da escola descobrem o ocorrido e resolvem pegar o ônibus todas juntas para ajudar no processo de encorajamento de Aimee, que está afetada psicologicamente pelo abuso.
Representatividade LGBT+
Ao trazer diferentes formas de relacionamento para a trama, Sex Education ajuda a quebrar estereótipos e a explorar as diferenças que existem na sexualidade dos seres humanos.
Os arcos construídos na produção, nas temporadas passadas, reforçam isso, como o namoro de Eric (Ncuti Gatwa) e Adam (Connor Swindells), casal gay em crescente descoberta da sexualidade. Lily (Tanya Reynolds) e sua parceira Ola (Patrícia Allison) também entregam histórias envolventes e curiosas, que criam identificação com o público.
Ainda existe o exemplo de Jackson (Kedar Williams-Stirling), criado por um casal de mães lésbicas, que se apaixona por Cal (Dua Saleh), que se identifica como não binária. Ou seja, a série apresenta diversos tipos de relacionamentos ao público e auxilia a normalizar a existência dos mesmos.
Nostalgia
A produção, além de passar importantes mensagens para os jovens, ainda consegue fisgar os adultos ao explorar a nostalgia, levando-os em uma viagem ao passado.
Durante os episódios, os mais velhos podem recordar as aventuras da descoberta da sexualidade, as desilusões amorosas, as conturbadas relações familiares da adolescência e, principalmente, a energia caótica do dia a dia na escola para quem é um jovem lidando com uma série de mudanças internas e externas.