A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras aprovou na quarta-feira (23) a quebra de sigilo bancário da apresentadora Tatá Werneck, do ator Cauã Reymond e do jornalista Marcelo Tas. Os três fizeram propaganda em 2018 e em 2019 para a empresa de criptomoedas Atlas Quantum, suspeita de lesar cerca de 200 mil investidores, em uma pirâmide estimada em R$ 7 bilhões.
Tatá Werneck e Cauã Reymond foram convocados a prestarem depoimento no último dia 15 sobre as suspeitas de fraudes envolvendo investimentos com criptomoedas, mas não compareceram à Câmara dos Deputados após um habeas corpus considerado incomum escrito pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça.
O requerimento de quebra de sigilo foi apresentado pelo deputado federal Paulo Bilynskyi (PL-SP). "Solicita-se, ainda, que seja realizada a quebra do sigilo bancário no período de 01/01/2018 a 31/12/2019, com a finalidade de identificar se, após a cessação das atividades pela empresa Atlas Quantum, em agosto de 2019, os investigados receberam qualquer quantia da empresa", detalhou o parlamentar.
A CPI das Pirâmides Financeiras também autorizou o envio dos contratos feitos pela Atlas com Tatá Werneck, Cauã Reymond e Marcelo Tas.
Os advogados de Tatá Werneck divulgaram nota afirmando que a atriz recebeu “com profunda indignação a ordem de quebra de sigilo, pois não praticou crime algum”. Segundo a defesa de Tatá, como artista, “ela jamais poderia prever que a empresa se envolveria em fraudes anos depois”.
Entenda o caso
A comissão investiga possíveis esquemas de pirâmides financeiras com uso de criptomoedas. Conforme a apuração parlamentar, empresas brasileiras teriam realizado fraudes utilizando a moeda digital, divulgando informações falsas sobre projetos com a promessa de alta rentabilidade. Entretanto, como resultado, os investidores teriam tido grandes prejuízos financeiros.
Tatá e Cauã haviam sido convocados por terem participado de campanhas publicitárias da Atlas Quantum. Os atores foram chamados na condição de investigados para que prestassem esclarecimentos sobre suspeitas de envolvimento nas fraudes.
Diversos vídeos com Cauã e Tatá continuam disponíveis na página da Atlas Quantum no Facebook. Nas peças, os dois dão depoimentos falando por que acreditavam na empresa e no investimento em criptomoedas.
— Eu acho que as pessoas vão perceber que é um percurso natural, que elas precisam começar a ter maior controle sobre os seus gastos — diz Tatá. — Eu fiquei interessada por ter o domínio sobre algo que eu luto tanto e sempre lutei tanto para conseguir.
Tatá e Cauã ainda se uniram a um time de influenciadores para o chamado "Desafio Investidores", um evento transmitido ao vivo nas plataformas digitais para divulgar a empresa e os seus serviços.
— Eu acho que as criptomoedas estão aí e a gente precisa olhar para elas —comenta Cauã. — Tenho alguns amigos que estão investindo e eles estão muito felizes.