O ator Carmo Dalla Vecchia foi um do convidados do Encontro desta quarta-feira (19). O gaúcho, que nasceu em Carazinho e foi criado em Santa Maria, está no ar na novela das seis da Globo, Amor Perfeito. No papo, ele falou da vida pessoal e sobre o personagem Érico, que é um advogado bissexual vivendo na década de 1940.
— Está sendo bonito, difícil... Uma experiência linda demais ter a oportunidade de falar da realidade de um homem bissexual na década de 1940. Mostrar que isso não é novidade, sempre existiu. Remete também um pouco da minha história, o preconceito que sofri na minha vida — iniciou ele.
Durante a entrevista, o ator revelou que se sentiu constrangido ao gravar uma cena:
— Eu fui fazer uma cena com o menino que faz o meu namorado na novela e não tinha nada demais na cena, os dois saíam do quarto e eu olhava para ele, botava os óculos e só percebia o quanto ele era bonito — iniciou ele. — Eu, naquele momento, de uma maneira ridícula, fiquei constrangido. Sendo que eu sou essa pessoa que nunca tive problema nenhum, falei abertamente (sobre sexualidade), mas por quê? Por que dentro do meu corpo está marcada esta história, de que publicamente, ou através daquelas pessoas queridas que trabalham comigo há anos, eu nunca mostrei a minha sexualidade desta maneira.
Fora da ficção, o artista, que é casado com o autor de novelas João Emanuel Carneiro, reforça a importância da representatividade LGBT+.
Desde que assumiu ser gay, em 2020, no Domingão do Faustão, ele passou a produzir conteúdo para as redes sociais fazendo graça, levando informações e propondo reflexões sobre o assunto.
— Resolvi falar porque tinha uma necessidade muito grande de pertencimento e seria a maneira de eliminar o preconceito que existia em mim... Sou muito parado na rua por mães, que vêm me agradecer. Minha mãe, no interior do RS, é parabenizada pelo bom exemplo. Consegui fazer algo reverso com o preconceito... Hoje me intitulo no Instagram como 'viado da família brasileira' — diverte-se.
Sobre o filho com João Manuel Carneiro, o pequeno Pedro, três anos, ele se declara:
— Ele é muito espontâneo, fofo, criado com muito afeto, liberdade. Tem quatro olhos fortes em cima dele, deixa uma segurança. Foi muito bem pensado.