Paulo Vieira ficou muito conhecido junto ao público no início deste ano, ao apresentar o Big Terapia, um quadro do BBB 22. Contudo, o humorista já segue a carreira há duas décadas. Ele começou a fazer teatro aos nove anos e aos 12 passou a se apresentar profissionalmente, montando uma peça e cobrando entrada do público.
No programa Mais Você de terça-feira (16), o artista relembrou sua trajetória. Segundo ele, o primeiro contato com a televisão foi em 2013, quando participou "sem querer" do Prêmio Multishow, o qual acabou vencendo.
— Foi muito impressionante, porque eu não tinha me inscrito, então estava despreparado. O Pedro Antônio, diretor, estava fazendo uma seleção num comedy club que eu me apresentava. Ele falou "gosto tanto de você, faz um teste" — contou.
Apesar do convite em primeira mão, Paulo recusou, alegando não gostar de competição, por ficar nervoso e não conseguir se sair bem.
— Mas ele falou: "Faz um teste aqui, só para eu ter para outros programas do Multishow, e qualquer dia te chamo". Ele gravou e depois só vi a notícia no site de selecionados para o prêmio. Falei: "mas eu não me inscrevi", e ele respondeu: "Mas você vai fazer" — relembrou.
Na época, a competição foi adiada para que Paulo pudesse participar da Jornada Mundial da Juventude, um evento religioso, que já estava marcado antes de sua seleção.
— Eu tinha um encontro com o Papa. Muito cristão, falei: "tenho compromisso com Deus e não posso adiar". Então eles adiaram o Prêmio Multishow — contou.
Sendo assim, a participação já estava garantida e, para se sair bem, o humorista pediu ajuda divina:
— Durante todo o encontro, eu falava: "Deus, se eu não ganhar esse prêmio vou ficar muito chateado".
Em 2015 ele se destacou novamente, ao vencer, com 46% dos votos, o concurso do quadro Quem Chega Lá, no extinto Domingão do Faustão. Contudo, foi em 2019 que as "portas da Globo se abriram" para Paulo, quando participou do Zorra Total. E desde então o artista segue incluído em diferentes projetos da emissora.
Com o sucesso, ele expôs seu sonho:
— Quero ser relevante! Quero fazer a diferença para as pessoas à minha volta, para a minha comunidade, para a minha família e para o Brasil. Quero ser importante, inspirar pessoas e dizer coisas para além do que meu trabalho implica.
Após apresentar parte da história do artista, Ana Maria Braga declarou gratidão por sua presença e o convidou para retornar ao programa e cozinharem juntos.
Momento atual
Em entrevista ao Estadão, o humorista descreveu o momento atual de sua carreira:
— Posso ser o cara do momento, mas isso é fruto de uma construção.
O comediante goiano anunciou que assinou como diretor artístico da TV Globo para liderar o roteiro de uma nova série da Globoplay.
No domingo (14), o artista estreou o quadro Lip Sync, do Domingão com Huck, e sua performance como Elsa, de Frozen, lhe garantiu não somente a vitória na competição contra Letícia Colin, como também mais de vinte milhões de visualizações nas redes sociais, segundo o próprio Paulo.
— Foi uma repercussão maior do que eu pensava, mas eu imaginava que iria repercutir, sim. Teve um tempo na minha carreira que, quando me elogiavam, eu deixava as pessoas acharem que tudo era por acaso. Mas, na verdade, é tudo sempre pensado — disse o humorista sobre a apresentação.
Ao mesmo tempo que planejava o show, Vieira também estava, e continua, se dedicando na série Pablo & Luisão. Ele tem liderado um grupo de roteiristas, que se reúne semanalmente para dar vida dramatúrgica aos casos hilários e reais que envolvem o pai do ator e seu melhor amigo.
Pablo & Luisão
As histórias são sucesso no Twitter de Paulo, onde estão contadas em forma de thread.
— Na verdade, eu já faço a direção artística de todos os meus projetos. Então, eu fico muito feliz que nesse novo contrato todos estejam reconhecendo isso. Este projeto é um reconhecimento — afirmou.
Sem dar muitos detalhes sobre a produção, o diretor explicou que foi chamado pela Globoplay para transformar esses casos cômicos que ele já compartilhava em uma série de 16 episódios que será gravada em 2023. Ainda que este trabalho tenha surgido a partir de posts no Twitter, o humorista explica que, no geral, as redes sociais funcionam, para ele, como "potencializadoras":
— É uma outra janela. O trabalho vai embora, vira outras coisas, vira conversa, meme. Para mim, as redes sociais são um laboratório do que funciona ou não.
Todas essas conquistas são apontadas pelo humorista como parte de uma trajetória contínua que pretende traçar em sua carreira. No entanto, no que diz respeito a uma maior visibilidade conquistada neste ano, Paulo destaca dois trabalhos.
Big Brother Brasil e Fantástico
Desde janeiro, no BBB, o comediante viralizou com suas aparições com piadas ácidas sobre os participantes, o reality show e suas reviravoltas. Em maio, Vieira estreou no Avisa Lá Que Eu Vou, programa em que ele conta histórias de habitantes especiais de pequenas cidades do Brasil. Pequenos trechos inéditos eram aperitivos dentro do dominical Fantástico.
— Eu acho que a união desses dois produtos, Big Brother e Fantástico, foi fundamental para a construção do momento de carreira que eu estou agora, porque o Big Brother é esse canhão que dá popularidade e o Fantástico veio me dando credibilidade, com esse programa com tom jornalístico — disse.
Mas não foi só isso. O comediante também reconhece que, através da convivência com a pluralidade proporcionada pelo Avisa Lá Que Eu Vou, ele se mantém conectado com sua essência.
— Para mim, é muito importante estar sempre com os pés fincados no Brasil real. Acho que o meu diferencial é sempre enxergar com um olhar de estrangeiro. Eu quero sempre olhar com estranhamento esse mundo da fama. É esse olhar que me faz perceber quem eu quero mostrar na televisão — conclui.