Após anunciar um novo plano de assinatura grátis, a Netflix voltou atrás e esclareceu que não há garantias de que a opção de pacote com inclusão de publicidade seja gratuito. A informação é da colunista Cristina Padglione, da Folha de S.Paulo. O anúncio sobre o lançamento de uma assinatura gratuita havia sido dado por Francisco Ramos (Paco), vice-presidente de Conteúdo da Netflix na América Latina, durante o evento de lançamento da série brasileira do serviço Maldivas.
Depois que a informação foi publicada, a empresa de streaming informou que a ideia é oferecer um plano com valor mais baixo do que R$ 25,90, pacote mais barato disponível atualmente, mas não necessariamente de graça.
A colunista ainda havia questionado Paco sobre um sistema similar ao do Globoplay, com parte do conteúdo gratuito em um menu limitado e com inserções publicitárias e outra opção mais completa, paga e quase sem propaganda. O executivo havia insistido que o plano seria gratuito e a vice-presidente de Conteúdo para o Brasil, Elisabetta Zenatti, afirmou que o catálogo seria o mesmo, em opções com ou sem publicidade.
Porém, a empresa havia comunicado que um serviço gratuito foi disponibilizado no Quênia para testes, já que a maioria dos cidadãos do país nunca teve acesso à Netflix. Este plano, no entanto, teria uma oferta limitada de filmes e séries, contando com apenas um quarto das produções da plataforma, conforme apurado pela revista Variety. A opção também seria restrita para uso em celulares e tablets e não permitiria que o usuário baixasse conteúdo para assistir sem conexão à internet.
O objetivo da plataforma com o novo plano é se recuperar de um queda na venda de assinaturas, que vem sendo registrada ultimamente. De acordo com Paco e Zenatti, a empresa vem procurando alternativas para o público brasileiro e de outros países com menor poder aquisitivo. A Netflix anunciou, em abril, a perda de 200 mil assinantes, prevendo mais prejuízos ao longo do ano. Parte do problema seria a concorrência maior enfrentada pelo serviço. A assinatura do Amazon Prime Video, por exemplo, tem o custo mais baixo no Brasil, a menos de R$ 10 mensais.
A Netflix deve continuar oferecendo outros três planos de assinatura, todos sem publicidade. A opção mais barata e com inserções publicitárias deve ser a quarta oferecida pela empresa.