O que antes parecia só sonho, virou realidade para o vendedor de tapiocas Olinto Estevam da Silva, 53 anos, morador de Novo Hamburgo. Após participar do quadro The Wall, do Domingão com Huck, faturar R$ 25 mil e ganhar um food truck personalizado como presente da produção do programa, o nordestino recebeu o veículo em sua casa na manhã deste domingo (1º).
Natural de Monte das Gameleiras, no Rio Grande do Norte, Olinto veio para o município da região metropolitana de Porto Alegre em 2010, na esperança de mudar de vida. Começou trabalhando como pedreiro mas, após ser demitido, passou a empreender vendendo a iguaria típica de sua terra natal pelas ruas da cidade, percorridas por ele com trajes típicos do cangaço, em cima de uma Honda Biz.
Fez tanto sucesso que ficou conhecido na cidade, fama que só aumentou após sua aparição no programa comandado por Luciano Huck. Por isso que, neste domingo, dezenas de pessoas se reuniram para esperar a chegada do tão aguardado food truck junto com Olinto.
— Quando chegou (o food truck), já estava cheio de gente aqui na frente de casa, porque colocamos nas redes sociais. Aí o pessoal ficou todo aqui esperando. Assim que desceu do guincho, já começamos a vender tapioca. Foi muita tapioca vendida. Fiquei feliz com a reação das pessoas — conta.
O veículo é uma Kombi azul estilizada com referências ao sertão nordestino e de interior completamente equipado, com geladeira, fogão e demais itens necessários para o preparo das tapiocas. O empreendedor também recebeu uniformes e um kit com 1.500 embalagens personalizadas com a marca Cangaceiro da Tapioca, como foi apelidado por Huck.
Olinto conta que já registrou o nome e pretende aproveitar o marketing impulsionado pelo programa para fazer a empresa crescer — o número de vendas já triplicou desde a aparição em rede nacional. Seu sonho agora, revela, é conseguir espalhar muitos food trucks iguais ao que ganhou do Domingão pelas cidades da Região Metropolitana, em forma de franquias.
Mas enquanto a sonhada expansão não acontece, o morador de Novo Hamburgo faz planos de colocar o veículo em um ponto fixo no centro da cidade, alternando alguns dias da semana também em um ponto na vizinha Estância Velha. Entretanto, só deve começar a operar depois da próxima semana, pois ainda há questões burocráticas para serem resolvidas — como a compra de extintores para a Kombi.
Ainda "sem cair a ficha e com o coração acelerado", o vendedor de tapiocas confessa que não imaginava que, ao deixar o Rio Grande do Norte em busca de melhores condições no Sul, passaria por uma reviravolta tão grande:
— Eu vim guiado pelo vento, como diz o nordestino. Esperava sobreviver, claro, mas não essa guinada que deu a nossa vida. É muita gratidão, porque o que consegui de três meses para cá, não conseguiria em cem anos de serviço.