Novela de época, ainda mais quando há um viés histórico, tende a ser menos atrativa ao grande público. Afinal, nem todo mundo tem paciência para ter aulas de História diante da telinha. Uma das soluções para prender o telespectador é o chamado "alívio cômico", aquele núcleo mais engraçado que tem como função dar um respiro entre uma cena tensa e outra.
Nos Tempos do Imperador, atual trama das 18h, tem cumprido com louvor as funções de ensinar, entreter e divertir. Boa parte das risadas de quem assiste à novela é graças a Paula Cohen, intérprete de Lota.
É impossível não rir quando a "nova rica" de Pindamonhangaba entra em cena. A atriz tem ainda ótimos parceiros de comédia, como Roberta Rodrigues (Lupita) e Ernani Moraes (Batista). As confusões de Lota em busca do sonho de ser “Baroa” foram hilárias. E mesmo agora, já com o tão esperado título, a personagem continua divertidíssima, com suas aulas de etiqueta para entrar na alta sociedade.
Briga de irmãos
Quem também rouba a cena é a dupla formada por Quinzinho (Augusto Madeira) e Vitória (Maria Clara Gueiros), sempre às turras, seja por conta dos imóveis que o malandro vendeu e a irmã nem desconfia – seja pelas travessuras dos pequenos Prisca (Maria Carolina Basílio) e Hilário (Theo Almeida).
A saída de Clemência (Dani Barros) e a chegada de Vitória foi um ganho ao núcleo do Cassino Perequetê. A esposa de Quinzinho já vinha em um clima mais soturno e mal-humorado há tempos, destoando da função cômica dos outros personagens. Aliás, alguém percebeu que o menino que interpreta Hilário é o mesmo que viveu Quinzinho criança em Novo Mundo (2017)? Tal pai, tal filho, literalmente.