Eva Wilma, que morreu na noite de sábado (15), deixou como legado uma galeria de personagens inesquecíveis. Ao longo dos mais de 65 anos de carreira, ela integrou o elenco de mais de 30 novelas e outros 30 filmes, além de dezenas de espetáculos teatrais.
A atriz iniciou sua trajetória na TV Tupi e foi um dos principais nomes da dramaturgia da emissora até o seu fechamento, em 1980. Depois, foi contratada pela Globo, onde se destacou em folhetins com diferentes personagens, de mocinhas a vilãs.
O último trabalho de Eva para a televisão foi em O Tempo Não Para (2018), quando interpretou a cientista Petra. A personagem foi um dos destaques da trama e desenvolveu o Projeto Cubo, que estudava um vírus incurável.
Ao site Memória Globo, Eva afirmou em depoimento que a expressão artística tem uma ligação com a divindade:
— A matéria-prima do ator, além do físico, é a imaginação. Essa criatividade está dentro e fora. Acho que tem um dedinho de Deus no meio disso.
Abaixo, GZH recupera personagens marcantes da carreira da artista.
A mocinha de "Alô, Doçura" (1953)
A estreia de Eva na TV Tupi foi um grande sucesso da TV. Na série, ela interpretava diferentes mulheres, sempre contracenando com John Herbert, com quem se casaria e teria dois filhos. O casal tinha muita empatia com o público.
Ruth e Raquel - "Mulheres de Areia" (1973)
Na primeira versão da novela, de Ivani Ribeiro, Eva interpretou as protagonistas gêmeas Ruth e Raquel, que disputam o amor de Marcos na pequena cidade de Itanhaém. Ela contracenou com Carlos Zara, com quem se casaria poucos anos depois. Os dois ficaram juntos de 1979 até 2002, quando o ator morreu.
Diná - "A Viagem" (1975)
Primeira versão da novela de Ivani Ribeiro, Eva interpreta Diná, que luta para defender o irmão, Alexandre, após ele ter sido preso por um roubo. Ela vive uma relação de amor e ódio com o advogado dele, César.
Rebeca - "Plumas e Paetês" (1980)
Na trama de Cassiano Gabus Mendes e Silvio de Abreu, Eva estreou na Globo e interpretou a dona de uma confecção que se apaixonava pelo segurança da fábrica, o italiano Gino (Paulo Goulart), ao mesmo tempo em que era disputada pelo gerente Márcio (John Herbert).
Maura - "Roda de Fogo "(1986)
A atriz era conhecida por ser engajada politicamente e por ter lutado contra a ditadura na histórica Marcha dos Cem Mil em 1968. Na novela, viveu a ex-militante Maura, torturada durante os Anos de Chumbo.
Penélope - "Sassaricando" (1987)
Na trama de Silvio de Abreu, Penélope Barcellar inventava mil planos para tentar conquistar o viúvo Aparício Varella (Paulo Autran). Ela formou um trio inesquecível ao lado de Rebeca Rocha (Tônia Carrero) e Leonora Lammar (Irene Ravache).
Altiva - "A Indomada" (1997)
A vilã da trama da oito causou com a vilã Altiva e fez as expressões “Well!”, “Oxente, my God!” e “Tudo all right” da personagem serem repetidas nas ruas. Ambiciosa, encontrava no deputado Pitágoras (Ary Fontoura) um parceiro de golpes e armações com seu sotaque nordestino misturado com inglês na fictícia Greenville.
Dra. Martha - seriado "Mulher " (1998)
Ambientada em uma clínica especializada no atendimento a mulheres, a série narrava aventuras e desventuras do universo feminino. Foi a última vez em que Eva contracenou com seu marido, Carlos Zara, que morreu em 2002.
Lucrécia - "Começar de Novo" (2004)
Mais uma vilã na coleção da atriz, a manipuladora Lucrécia Borges fez de tudo para separar sua filha, Letícia (Natália do Vale), do grande amor, Miguel Arcanjo (Marcos Paulo).
Dona Fábia - "Verdades Secretas" (2015)
Alcoólatra, amargurada e aproveitadora, a mãe de Anthony (Reynaldo Gianecchini) extorquia dinheiro do filho para comprar bebida, enquanto destila seu veneno em todos à volta. O trabalho foi um grande desafio para a atriz que, na época, completava 50 anos de carreira.
Dra. Petra - "O Tempo Não Para" (2018)
Seu último papel na Globo foi em uma participação na trama de Mario Teixeira como uma médica geneticista que descongelava os protagonistas da novela.