Com um conceito de “novela da vida real”, o Big Brother Brasil 21 promete, por meio da sua seleção de participantes, promover debates de temas que movimentam as redes sociais. Com 20 jogadores – metade deles são famosos –, o programa começa oficialmente na noite desta segunda-feira (25), com transmissão logo após A Força do Querer, na RBS TV.
Com nove negros no elenco, o BBB 21 estreia repleto de expectativa. Além da causa racial, potencializada pelas manifestações do Black Lives Matter em 2020, o público verá um elenco formado por participantes LGBT+ (o professor de geografia João Luiz e o doutorando em economia Gilberto) e mulheres reconhecidas por elevarem a discussão de igualdade de gênero (lideradas pelas cantoras Karol Conká e Pocah).
Mas, entre assuntos sérios e relevantes, a diversão não ficará de fora.
– A gente não pode esquecer de que o BBB é entretenimento. A função dele é exatamente movimentar e engajar as pessoas de um modo que isso vire audiência – pondera Higor Gonçalves, professor de comunicação da ESPM e especialista em personal branding (gestão estratégica de marca pessoal).
Entre os brothers, também estão nomes como o cantor Fiuk e a atriz Carla Diaz. Os dois, segundo Gonçalves, devem seguir a mesma personalidade de Manu Gavassi, cantora que, em paralelo com suas ações no BBB 20, fez um forte trabalho de redes sociais:
– Eles têm muito a ganhar com o programa, mas há um cuidado, porque também há muito a se perder de acordo com o que fizerem em festas e em discussões dentro da casa.
Apesar do elenco plural, usuários questionaram nas redes sociais a ausência de jogadores gordos ou oriundos do norte do país. O especialista em imagem acredita que o reality, no fim, acabou repetindo um elenco que é “garantia de sucesso”. Arthur e Arcrebiano foram comparados a Gui Napolitano, do BBB 20, e a cirurgiã-dentista Thaís à Isabella, do BBB 18.
– No passado, esses perfis engajaram fortemente o público. Todos sabemos que é um programa de entretenimento, que tem as causas sociais ali, mas que o fundamental é o jogo pelo jogo – pontua Gonçalves.
Paquera
Com 20 edições já realizadas, os participantes até podem entrar no reality com estratégias bem definidas para conquistar o prêmio de R$ 1,5 milhão, mas nem tudo será fácil. Para 2021, a produção preparou algumas novidades que devem aquecer a dinâmica do jogo, como o aplicativo Flecha, que permitirá que os jogadores demonstrem interesse afetivo por outra pessoa da casa.
Gonçalves acredita que os brothers precisam ter cautela com romances.
– É isso que o povo quer, romance, relacionamentos, mas eles não podem esquecer o nome que têm aqui fora, principalmente os famosos. O isolamento do mundo e as festas favorecem para que os casos aconteçam, mas eles precisam avaliar o que estão fazendo – reforça o professor.
O fato das cozinhas dos grupos Xepa e Vip (que têm menus diferentes de alimentação) estarem localizadas lado a lado, assim como o tabuleiro de estratégias dos brothers ficar agora no jardim da casa (e não mais no quarto do líder), também deve movimentar o game. O especialista em imagem, no entanto, destaca, novamente, as festas como fator determinante na narrativa.
– Reunir muita gente bonita e álcool liberado é a combinação perfeita para acontecimentos. O público quer briga, romance, aquilo que vemos o tempo todo nas novelas como uma grande representação plastificada da realidade. A gente quer é se emocionar e se divertir – finaliza Gonçalves.
Quer receber as principais informações e análises da semana do Big Brother Brasil no seu e-mail? Se inscreva na newsletter de GZH do BBB no link.