A quarta temporada de The Crown, lançada no dia 15 de novembro, causou polêmica por retratar o relacionamento conturbado entre Príncipe Charles e Lady Di. Desde então, algumas declarações começaram a aparecer em tabloides britânicos mostrando que a família real não teria ficado muito contente com a forma como o casal foi retratado na série da Netflix.
Um dos primeiros a demonstrar sua indignação foi o Príncipe William, no dia 18. De acordo com a revista Times, o filho de Charles e Diana considerou a série "profundamente intrusiva" e trouxe uma "visão perversa e nojenta dos membros mais importantes da família real britânica". Além disso, ele acredita que Charles e Lady Di foram "apresentados de uma forma falsa e simplista".
Charles não chegou a se pronunciar oficialmente. Segundo o jornal Daily Mail, amigos próximos dele afirmaram que ao seriado "ressuscitou coisas que aconteceram durante tempos muito difíceis, 25 ou 30 anos atrás, sem pensar nos sentimentos de ninguém".
A biógrafa real Penny Junor afirmou ao Times que Charles ficaria "extremamente chateado" com a cena em que Lorde Mountbatten afirma que a família real estava decepcionada com o relacionamento do príncipe com Camilla.
A única ação comprovada a respeito do casal é que a conta da Clarence House no Twitter, que é o local oficial de pronunciamentos de Charles e Camilla, desativou os comentários de suas publicações. A medida foi tomada após uma avalanche de usuários enviarem críticas ao perfil. "O dinheiro pode comprar roupas e joias sofisticadas, mas não a classe, o charme ou a presença magnética de Diana. Você não a substituirá em um milhão de anos. Ela é nossa princesa, agora e para sempre!", diz uma das mensagens direcionadas à duquesa.
O príncipe Harry e Meghan Markle, assim como a rainha Elizabeth II, também não se pronunciaram oficialmente sobre a produção. No entanto, em temporadas anteriores, eles já teriam demonstrado indignação com algumas versões de histórias retratadas. A escritora Angela Levin, que escreve biografias da família real, revelou ao site talkRADIO que Harry disse, quando a segunda temporada foi lançada, que iria "insistir para que a série não chegasse" até o seu período.
A rainha, por sua vez, teria assistido a alguns capítulos por influência do Príncipe Edward, seu filho mais novo, e Sophie, esposa dele. Mas ela não gostou da forma como a Netflix mostrou Philip antipático com Charles ao voltarem da Escócia, também no segundo ano.
Ao canal True Royalty, o ex-assessor real Dickie Arbiter alegou que os membros da realeza estão acostumados a serem retratados para fins de entretenimento, mas "estão preocupados" se o público consegue perceber que algumas descrições "não são verdadeiras".
Nessa discussão, apenas o antigo mordomo da princesa Diana, Paul Burrell, elogiou a produção ao canal ITV, conforme apurado pelo Mirror. O ex-funcionário disse que é "é a melhor série já feita até agora, porque mostra a verdade em uma dramatização precisa do que realmente aconteceu".