Nesta sexta-feira (18), a televisão brasileira celebra seus 70 anos de vida. Em 18 de setembro de 1950, o locutor Homero Silva, Hebe Camargo, Lima Duarte e outros nomes conhecidos do rádio entravam no ar com a pioneira TV Tupi, em São Paulo. A comemoração será conduzida por Glória Maria e Sandra Annenberg em duas edições especiais do Globo Repórter, a partir das 23h05min, na RBS TV, com a ajuda de Edney Silvestre, Isabela Assumpção e Renato Machado.
Criado em abril de 1973, o Globo Repórter passará em revisita os principais marcos da TV no Brasil. O programa volta no tempo para reviver a histórica chegada ao país da caixa mágica de sons e imagens, com a TV Tupi, de Assis Chateaubriand. O ator Lima Duarte e Sonia Maria Dorce, primeira criança a aparecer na tela, compartilham suas lembranças com o telespectador.
— É uma honra apresentar um programa tão especial. Afinal, a TV é parte das nossas vidas. Foi ela que apresentou o Brasil para os brasileiros e que nos ajudou a criar uma identidade nacional, ela nos une, nos aproxima — destaca Sandra Annenberg, em entrevista a GZH.
A história e a evolução da telenovela, atração que caiu no gosto do público e segue campeã de audiência, é contada por profissionais como Silvio de Abreu, Gloria Perez, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (o Boni), Jayme Monjardim, Renata Sorrah, Taís Araújo, Lázaro Ramos, Zezé Motta e Eva Wilma. Os apresentadores dos dois programas especiais conduziram suas entrevistas de forma totalmente de forma remota.
Fatos jornalísticos históricos que chamaram a atenção do Brasil e do mundo, como a chegada do homem à Lua até a recente explosão em Beirute, também serão lembrados. Estreante na TV como repórter, em 1971, e hoje apresentadora do programa semanal, Glória Maria acredita que a TV e a vida dela “são uma coisa só”:
— Se não fosse a televisão, eu não seria a pessoa que sou hoje. Ela é a minha razão de viver. E tem esse caminho de se reinventar sempre, processo que foi acelerado pela pandemia. Nós, em nossos programas, falamos sempre do que é atual e a TV nunca deixará de ter esta característica — pontua a jornalista, que passou a integrar a equipe da atração em 2010.
Esta reinvenção do veículo de massa também está em pauta no Globo Repórter. A chegada do streaming e a mudança dos processos de produção, que tomou forma nos últimos meses dianta da pandemia, pautam projeções para o futuro da televisão em conversas com profissionais de diferentes áreas, entre eles Jorge Nóbrega, atual CEO da Globo.
— Todos os veículos vão ter que encontrar uma solução, uma via para sempre existirem. O jornal impresso está encontrando caminhos, o rádio também, e com a TV não seria diferente. O espaço da informação vai ser maior daqui para a frente, é uma necessidade para as pessoas, com muito mais riqueza — aponta Renato Machado.
Lembranças
Glória Maria lembra seus primeiros contatos com a televisão. Destaca que não tinha o aparelho em casa quando jovem.
— Eu ia assistir no vizinho mesmo. Minhas memórias mais fortes são do período em que comecei a trabalhar na TV. Eu gostava muito de ver programas de auditório, o Silvio (Santos), o Chacrinha e adorava aquele Teatrinho Trol, da TV Tupi — recorda Glória, que também era fã dos festivais de música.
Edney Silvestre, por sua vez, conta que sua primeira lembrança é do aparelho com imagens em preto e branco e atuação de Fernanda Montenegro no teleteatro O Anjo de Pedra, de Tennessee Williams.
— Eu me apaixonei por aquela atriz espetacular. Naquela época, não tinha a menor ideia de quem era o Tennessee e nem poderia imaginar que, décadas depois, eu seria correspondente da Globo nos EUA e estaria entrevistando a Fernanda em Hollywood — conta Silvestre, que conversou com a atriz quando ela foi indicada ao Oscar por Central do Brasil.
Já no caso de Sandra, a televisão faz parte de sua vida antes mesmo de nascer. A jornalista conta que frequentou as aulas de Rádio e TV na Universidade de São Paulo (USP) ainda na barriga da mãe, que também a levava, na infância, para o trabalho dela na TV Cultura. Aos seis anos, diz, já sabia que queria trabalhar com TV, depois de ser convidada para participar de um teleteatro. De suas primeiras recordações, a música da abertura do Fantástico, de 1973, segue nítida em sua mente.
— Me lembro bem da criança descobrindo a fantasia e da letra da música que dizia para “olharmos bem e prestarmos atenção”, era pura mágica. A televisão nos traz sonho e realidade, nos emociona — finaliza Sandra.