Em entrevista à revista Quem, Cristiana Oliveira, que interpretou a protagonista Juma Marruá na novela Pantanal, de 1990, contou que o primeiro plano do diretor Jayme Monjardim era de que ela fizesse o papel da Muda.
— Eu faria a Muda. Até o capítulo 20, ela não aparecia e eu fui lendo o texto e me apaixonei pela Juma. Falei que queria ser a Juma e ele disse que não. Eu tinha acabado de fazer Kananga do Japão, que eu fiz teste e interpretava uma judia pura, e o Jaime disse que eu tinha o rosto muito doce. Eu disse: "Jaime você não me conhece. Você não sabe como eu sou braba". E ele falou: "A Juma eu vou dar para uma Gloria Pires, Claudia Ohana, para uma atriz que tenha mais sustância" — revelou a atriz.
Cristiana disse que o convite, sem teste, veio após uma mudança na produção.
— Recebi a ligação de que tinha acontecido uma mudança de planos e eu seria a Juma. Não sei se foi o Jayme ou o Benedito Ruy Barbosa, mas que seja os dois. Quem me deu a Juma, me deu o maior presente da minha vida.
A atriz conta que sua versão da personagem se deu muito pela sua inocência, na época, a respeito do Pantanal. Sobre a escolha da atriz que dará vida a Juma no remake da novela, anunciado pela Globo para 2021, Cristiana preferiu não opinar.
— Em dois dias de gravação, a Juma nasceu e o resto foi o texto lindo, o lugar, as circunstâncias. Em uma próxima atriz, a Juma vai ser criada, porque o texto é do Benedito. Não precisa ser uma Juma parecida com a Cristiana Oliveira. A Juma que eu fiz está registrada nos anos 1990. Agora a personagem é da atriz que vai interpretar, do diretor. Eu respeito a liberdade de escolha deles — afirma.
Se fosse dar um conselho para a nova protagonista, Cristiana diria para ela não se basear na sua versão.
— Tem uma cobrança muito grande de como essa Juma vai ser feita. Se fosse uma menina nova, que me perguntasse como ela faria a Juma, eu diria para ela abrir os seus canais, agir com naturalidade, tentar passar verdade, e a Juma virá naturalmente. Deixa rolar. Se fosse uma menina da nova geração que não tivesse visto Pantanal, eu diria para ela não assistir. Para ela ter a sua própria criação. É outro projeto. É outro momento.