Há certas novelas que despertam sentimentos contraditórios. Fina Estampa (2011), por exemplo, exibida em edição especial desde o início da pandemia, conquistou grande audiência na primeira exibição, feito que se repete agora.
No entanto, uma declaração recente de Marco Pigossi, que viveu Rafael na trama, provocou discussões. O ator disse que a novela não deveria ser reprisada, pois há muitos problemas na história. Lilia Cabral, que viveu a Griselda, e Adriana Birolli, intérprete de Patrícia, fizeram coro ao colega, ainda que de forma sutil. O autor, Aguinaldo Silva, se mostrou ofendido e soltou farpas nas redes sociais.
Altos e baixos
Polêmicas à parte, Fina Estampa não é a melhor novela de Aguinaldo. O autor teve grandes momentos, como Senhora do Destino (2004) e A Indomada (1997). Isso sem falar na coautoria de Tieta (1989) e Vale Tudo (1988). Mas também amargou a baixa repercussão de Suave Veneno (1999), Duas Caras (2007) e O Sétimo Guardião (2018). Esta última, inclusive, levou ao encerramento do contrato do autor na Globo.
Ninguém é obrigado a acertar sempre. Gloria Perez, autora de fenômenos como A Força do Querer (2017) e O Clone (2001), também escreveu América (2005), que foi alvo de muitas críticas. Depois de Avenida Brasil (2012), João Emanuel Carneiro teve pouco retorno com A Regra do Jogo (2015) e Segundo Sol (2018). Ou seja, os gênios também podem cometer deslizes. Basta que saibam reconhecer isso com humildade.