Com a celebração dos 70 anos de novelas no Brasil, várias pessoas relembraram a famosa pergunta pelo qual a novela ficou conhecida: quem matou Odete Roitman? A verdade é que vários folhetins exploraram o suspense envolvendo o autor de crimes para prender o telespectador até o final.
Já que, geralmente, a identidade do criminoso só é divulgada no último capítulo, no decorrer da novela os telespectadores são convidados a brincar como no jogo de tabuleiro Detetive, tentando descobrir quem matou, onde o crime ocorreu e qual foi motivo. Ao invés de cartas e pinos, porém, o público colhe as pistas de acordo com o andar dos episódios - e trocando hipóteses com outros noveleiros.
Abaixo, GZH selecionou seis novelas que são lembradas até hoje por explorarem o tema:
Vale Tudo
O caso Odete Roitman (Beatriz Segall) é o suprassumo da temática nas novelas. O mistério envolvendo o assassinato da milionária e vilã, atingida por três tiros em sua própria casa, parou o Brasil quando Vale Tudo (1988) foi exibida.
O mistério perdurou por 11 capítulos, quando foi revelado que tudo não passou de um engano: Leila (Cássia Kis) disparou acreditando ser Maria de Fátima (Gloria Pires), que vivia um romance com seu marido, Marco Aurélio (Reginaldo Faria).
Pedra sobre Pedra
A morte do sedutor fotógrafo Jorge Tadeu, vivido por Fábio Jr. em seus tempos de ator, foi uma das cenas mais marcantes da novela de 1992. Seu corpo apareceu coberto de borboletas, em uma imagem cheia de efeitos especiais, recurso ainda pouco explorado na época.
O assassinato rendeu todo um mistério em Pedra sobre Pedra, só revelado nos capítulos finais. A responsável foi a beata Gioconda (Eloísa Mafalda), que tratou de se livrar do fotógrafo após ter sido flagrada por ele roubando objetos da igreja na fictícia cidade de Resplendor.
A Próxima Vítima
Além do mistério sobre quem era o serial killer, a novela de 1995 também instigou o público a adivinhar quem seria a próxima vítima. E foi um sucesso. A trama mostrou uma série de assassinatos que, aparentemente, não possuíam nenhuma conexão entre si. As únicas duas coisas que ligavam as mortes eram uma misteriosa lista com símbolos do horóscopo Chinês e um Opala preto.
Ao final da novela, descobre-se a identidade do assassino em série: era Adalberto (Cecil Thiré), que havia matado, quando jovem, Gigio di Angelis (Carlos Eduardo Dolabella) e, 20 anos depois, decidiu eliminar todas as testemunhas do crime como queima de arquivo.
Torre de Babel
A misteriosa explosão do shopping center Tropical Towers foi um dos grandes mistérios de Torre de Babel (1998). Várias pessoas ficaram feridas e personagens importantes morreram, como o casal Rafaela (Christiane Torloni) e Leila (Silvia Pfeifer).
O principal suspeito era José Clementino (Tony Ramos), que confessou ter instalado os explosivos no edifício, mas não foi o responsável por acioná-los. No último capítulo, revelou-se que Sandrinha (Adriana Esteves), filha de Clementino, foi a responsável pela explosão para se vingar do próprio pai, que havia matado sua mãe no início da trama.
Celebridade
A pergunta “Quem matou Lineu Vasconcelos?” só foi respondida no último capítulo de Celebridade (2001). As cenas que revelaram a identidade do assassino do personagem de Hugo Carvana foram gravadas no mesmo dia em que foram ao ar. E mais: para evitar qualquer vazamento, três finais diferentes foram filmados. Laura (Cláudia Abreu), vilã da trama, acabou escolhida como autora do crime. O final foi previsível, mas o mistério embalou a trama até o final.
Duas Caras
A novela de 2007 não fez muito sucesso com o público, apesar de também explorar o mistério em um personagem que atacava mulheres na comunidade da Portelinha apenas nas noites de lua cheia. As cenas eram acompanhadas de uma realidade mais fantasiosa, característica das novelas do autor Aguinaldo Silva. No capítulo final, a identidade do Sufocador é revelada, mas somente para o público: o maníaco era Geraldo Peixeiro (Wolf Maya).