Felipe Neto, 32 anos, foi um dos assuntos mais comentados na internet na noite desta quinta-feira (30) após uma aparição no Jornal Nacional. Em reportagem, o youtuber denunciou a onda de notícias falsas e ataques pessoais que vêm sendo direcionados a ele desde que passou a fazer críticas ao presidente Jair Bolsonaro.
Na última semana, no entanto, os ataques não ficaram apenas na internet. De acordo com a matéria, na última terça (29), homens em um carro de som estacionaram na entrada do condomínio de Neto. Um deles foi identificado como responsável pelo perfil "Cavallieri, o guerreiro de Bolsonaro", que já publicou ameaças contra o youtuber: "É, Felipe Neto. A gente vai se encontrar em breve [...] Teus seguranças não me intimidam, não, irmão, que aqui também o bonde é pesado", escreveu, junto a uma foto em que está com um fuzil.
— Virem atrás de mim, dentro da minha casa, é um nível de perseguição que eu não imaginei que aconteceria. É o tipo de coisa que você vê em filme, vê em série, mas nunca imagina que realmente aconteça — declarou Neto ao JN. — Você vê em novela. Sabe aquele vilão de novela que você diz assim: "não existe na vida real". Mas existe, ele está aí, ele acontece, e estou vendo agora na prática até onde as pessoas são capazes de ir.
Na última semana, uma campanha de notícias falsas tentou disseminar a ideia de que Neto incentiva a pedofilia. Em uma montagem, o perfil do Twitter do influenciador aparecia com um tuíte com a frase "criança é que nem doce, eu como escondido".
— Eu nunca dei qualquer margem, ou qualquer suspeita, ou levantei qualquer tipo de insinuação que pudesse levar qualquer pessoa a me associar com esse crime tão perverso, tão odioso, e ver isso acontecendo. As pessoas, por não terem nada a falarem sobre mim, inventam posts — afirmou sobre o caso. — Aquilo mostra o quão vil é o coração dessas pessoas. O quanto elas estão dispostas a fazer o que quer que seja.
Neto já teria reforçado sua segurança e de seus familiares, desde que os ataques aumentaram. Além disso, ele declarou ter contratado uma equipe de especialistas em tecnologia, capaz de rastrear as origens destas campanhas de ódio, e uma equipe de advogados para levar a investigação à Justiça.
— As pessoas podem discordar de mim. Não tem problema nenhum elas discordarem de mim. Discorde de mim, me questione, exponha erros que eu possa ter cometido ou que eu possa ter falado. Mas não minta. Não tente atacar com ódio, com raiva e com vontade de arruinar a vida da pessoa — defendeu Neto.
Live
Mais cedo, também nesta quinta-feira, Felipe Neto participou de uma live com o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal. Os dois conversaram sobre a influência da política nos jovens e o papel deles no processo eleitoral. Promovida pelo site Jota, a transmissão foi mediada pelo jornalista Felipe Seligman.
Disponível no YouTube, a conversa, de pouco mais de uma hora, também foi alvo de ataques. A partir de uma campanha nas redes sociais, apoiadores do governo Bolsonaro somaram quase 200 mil dislikes no vídeo, que somava cerca de 110 mil visualizações até as 22h30 desta quinta-feira.