Ricardo Darín, um dos rostos mais conhecidos do cinema argentino, foi o convidado do Conversa com Bial desta quarta-feira (10). Direto de sua casa, em Buenos Aires, o ator e diretor falou sobre seus 50 anos de carreira, futebol, coronavírus e sua relação com o Brasil. Ele considera que o período em que viveu em Copacabana, no Rio de Janeiro, aos 17 anos, foi o mais feliz de sua vida:
— Foram os três meses mais felizes da minha vida. Não tínhamos nada, o pouco que tínhamos dividíamos — relembrou Darín, contando que dividia apartamento com um grupo de amigos.
O ator e diretor argentino também relembrou um romance que engatou com uma moça chamada Sueli, que vivia na Ilha de Paquetá, também no Rio. Em sua lembrança, trata-se "do paraíso".
Pandemia
No papo com Pedro Bial, Darín comparou as estratégias dos dois países para conter a disseminação do vírus e estimular o isolamento social. O ator elogiou as medidas do governo argentino, que considera corajosas e arriscadas por irem contra interesses econômicos. Porém, não se mostrou muito esperançoso com o futuro, dizendo que "os egoístas vão ficar ainda piores".
— O egoísmo ao qual nos acostumaram nos fez acreditar que o individualismo é a salvação. É um grande equívoco. O momento que estamos vivendo no mundo é uma demonstração drástica e muito contundente de como os seres humanos dependem uns dos outros — disse.
O ator, visto em filmes de sucesso como Relatos Selvagens (2014), Um Conto Chinês (2011) e o vencedor de um Oscar O Segredo de Seus Olhos (2009), afirmou que acredita que a educação e a cultura são fundamentais para o enfrentamento de questões mentais, emocionais e sexuais, que surgem tanto com a hiperconvivência quanto com a falta de companhia durante o isolamento social.
No fim do programa, quando Bial perguntou qual a primeira coisa que o ator vai fazer quando acabar as restrições da pandemia, Darín brincou: "Vou a Paquetá procurar Sueli".