A jornada de Candinho (Sergio Guizé) em Êta Mundo Bom! está conquistando, novamente, o país no Vale a Pena Ver de Novo. Conforme levantamento divulgado nesta segunda-feira (4), o folhetim de 2016 registrou 22 pontos de audiência em São Paulo, número que é a maior média da primeira semana de uma história na faixa horária desde 2000. A trama substitui Avenida Brasil, que já vinha registrando bons índices de audiência em sua reprise.
Na história assinada por Walcyr Carrasco, Candinho é um caipira que nasceu em uma fazenda rica, na década de 1920, mas foi abandonado pelos pais. Ele é encontrado pelos donos de uma propriedade no interior de São Paulo, Quinzinho (Ary Fontoura) e Cunegundes (Elizabeth Savalla), que sonham em criar um herdeiro. Porém, logo em seguida, Cunegundes engravida, e o menino é deixado de lado.
A trama avança, então, com Candinho em seus 20 anos de idade, trabalhando como empregado na fazenda e sendo expulso por ter se apaixonado pela primogênita do casal, Filomena (Débora Nascimento). Assim, ele parte para a capital afim de encontrar sua mãe biológica e passa a viver aventuras junto de seu inseparável burro e do amigo Pirulito (JP Rufino). A vida na cidade grande não será fácil, e lá Candinho reencontra Filomena. Diante de várias barreiras, os dois nutrem um amor puro e intenso. Candinho será acolhido por Pancrácio (Marco Nanini) e irá sobreviver graças às armações do parceiro e seus hilários disfarces.
Muito simples, a trama tem cativado os espectadores novamente e alguns elementos explicam esse sucesso:
1 - Previsível
Como qualquer trama assinada por Walcyr Carrasco, Êta Mundo Bom! tem uma história sem surpresas. O espectador sabe, desde o começo, quem é o vilão, o mocinho e quem vai se dar bem no fim da história.
Perto do final da trama, por exemplo, Ernesto (Eriberto Leão) finge ser Candinho (Sergio Guizé) para roubar a fortuna de Anastácia (Eliane Giardini), ao propor um casamento com ela. Como todos imaginam, ele é desmascarado no altar.
2 - Pastelão
Fim de tarde, nada melhor do que boas risadas. Uma característica marcante de novelas das seis (quando ela foi exibida pela primeira vez) é o tom mais descontraído, e Êta Mundo Bom! segue bem essa premissa. Ao longo da trama, vimos guerra de bolo, brigas de tapas entre madames, tombo de megeras em chiqueiros e até casamentos desfeitos no altar. São aquelas situações que, mesmo bobas, nos divertem por alguns minutos.
3 - Escapista e otimista
Em tempos em que o noticiário está duro, com instabilidade política e atualizações do coronavírus, o espectador busca relaxar no fim do dia. Exibida atualmente entre 16h e 17h, Êta Mundo Bom! ainda pega uma faixa horária em que muita gente está encerrando seu experiente e precisando de uma história leve.
Ao longo dos capítulos, o folhetim se mostra muito otimista e reflete a esperança de dias melhores. O texto leve de Walcyr traz lições de vida bem clichês, mas que agradam o espectador. Personagens soltam frases como "tudo o que aconteceu de ruim é pra melhorar" - aquele reforço de volta por cima diante da realidade - e "mentira é o que mais dói no coração".
A importância da família também é refletida no texto do dramaturgo, como quando Candinho diz que “a mãe da gente, mesmo longe... tá perto do coração”. Ele tenta encontrá-la ao longo da história.
4 - Núcleo caipira e referências
Mesmo que Candinho tenha abandonado a fazenda em que cresceu, os personagens do local ganham destaque na novela. O núcleo é todo inspirado no conto O Comprador de Fazendas, de Monteiro Lobato, em que uma família tenta maquiar os problemas para tentar vender um terreno. Entre os atores que brilham ali, estão Camila Queiroz (que antes havia feito Verdades Secretas), Elizabeth Savalla e Ary Fontoura.
Outra referência que cativa o público é a utilizada para compor o protagonista vivido por Sergio Guizé. Sua jornada é toda inspirada no conto Candinho, interpretado por Amácio Mazzaropi em 1954 - um personagem marcante da televisão nacional. Entre suas características, o bom humor e o jeito ingênuo.
5 - Bom elenco, liderado por Sergio Guizé
De nada adiantaria o bom texto de Walcyr Carrasco sem bons atores. Além de Sergio Guizé, que já revelou que é sempre lembrado pelo personagem, o núcleo da fazenda - com Elizabeth Savalla, Ary Fontoura e Rosi Campos - segura as pontas.
Ao longo da história, Bianca Bin também cresce na trama como Maria, sempre pronta para desmascarar os vilões e acabar com qualquer armação contra Anastácia.