Na reta final da 20ª temporada do Big Brother Brasil, GaúchaZH conversou com participantes de outras edições do reality show para avaliarem o programa deste ano. Restando três participantes – Manu, Rafa e Thelma –, o BBB 20 será decidido nesta segunda-feira (27).
Exibido em meio a pandemia de coronavírus, o programa mobilizou votações e polarizou discussões nas redes sociais. Muitos famosos fizeram campanha este ano durante os paredões este ano, incluindo nomes como Anitta e Bruna Marquezine, além de jogadores de futebol.
A seguir, confira as opiniões de Jean Massumi (BBB 3), Cacau (BBB 16), Ieda (BBB 17), Alan Possamai (BBB 19) e Natália Casassola (BBB 8 e 13) sobre a edição do reality deste ano.
O que você está achando do BBB 20?
Jean Massumi (BBB 3): seguramente esta edição está no top 3 de BBBs de todos os tempos, com grande tendência de ser a melhor. Foi uma escolha interessante de participantes. A gente percebe um empenho da produção em apresentar para os espectadores e assinantes um programa interessantíssimo. O tempo todo acontecem dinâmicas interessantes.
Maria Claudia, Cacau (BBB 16): gostei muito desta edição, foi uma mistura legal. Os debates foram muito importantes. Há pessoas interessantes de assistir, fora que juntou com esse momento que a gente está vivendo.
Ieda Wobeto (BBB 17): como já estive lá dentro, muitas vezes a gente sabe que os outros pegam ranço gratuitamente. Logo no início, não gostei muito. Depois, começou a melhorar, com muitos atritos. Acho que há participantes já foram preparadas, que vão jogando desde o início, com uma postura pronta. Talvez não seja exatamente aquilos que elas são. Acho mais bacana quando tu mostras aquilo que és.
Natália Casassola (BBB 8 e BBB 13): foi uma edição bem diferente. Mostrou para todos que não bastava ser sucesso nas redes sociais para sair campeão. O programa mostra que o que importa é o que se vive lá dentro.
Alan Possamai (BBB 19): tenho achado bacana que tem muitas assuntos sobre diversidade racial. Falaram muito sobre isso este ano, assim como foi também em 2019.
Quem mereceu sua torcida? Por quê?
Jean Massumi (BBB 3): desde o momento zero do BBB, eu simpatizei imediatamente com a Thelma, e venho defendendo ela desde então. Gosto muito dela por alguns motivos. Ela é uma pessoa na minha visão com uma grande capacidade de observação e análise. Porém, ela foi intimidada pela chegada dos participantes da casa de vidro e as certezas que se estabeleceram naquele momento. Ela ficou aquém do jogo, não jogou muito. No entanto, a Thelma é a única do (grupo) Pipoca que sobrou. Eu não torço para Camarote. Acho que isso já é uma grande vitória.
Maria Claudia, Cacau (BBB 16): vejo muitas qualidades nas finalistas, todas têm coisas que acho muito legal. São pessoas abertas a serem melhores, a evoluírem, que têm uma escuta para acolher o outro. Tenho carinho muito especial pela Thelma e a Rafa. Mas sabe aquele significado de tanto faz?
Ieda Wobeto (BBB 17): Mari. Porque eu me identifico com ela, é uma menina do bem. De tão legal que ela é, as pessoas acharam que ela era uma planta. Ela dava conselhos, ficava de boa, tinha uma delicadeza para falar. Acabei abrindo meu voto por ela.
Natália Casassola (BBB 8 e BBB 13): gostei muito do Babu. Não foi nada programado sua participação e mostrou seus defeitos e qualidades.
Alan Possamai (BBB 19): mme identifiquei com várias pessoas mesmo. As finalistas, por exemplo, são pessoas que tenho muita admiração.
Quem você acha que vai ganhar?
Jean Massumi (BBB 3): estou acreditando na Thelminha. Obviamente, ela não é a favorita. Mas eu acredito numa virada histórica.
Maria Claudia, Cacau (BBB 16): Thelma, porque eu quero que ganhe (risos).
Ieda Wobeto (BBB 17): Manu, pela torcida. Se você fosse votar por CPF, os vencedores seriam diferentes. Virou uma guerra de torcidas. Isso é injusto. Público mais velho vota só uma vez. A gente tem muita coisa pra fazer. A gente tem mais cabeça para analisar. O jovem, alguns analisam, outros não. Eles querem tudo na mesma hora. Ninguém espera nada, eles votam, votam e votam.
Alan Possamai (BBB 19): sinceramente não sei, todas as torcidas são muito grandes, mas acho que a Rafa ganha.
O que mudou da edição que você participou para a atual? Por exemplo, há diferenças na postura dos participantes ou no público que acompanha?
Jean Massumi (BBB 3): é que nem jogar Super Mario. Você pega ele quando foi lançado, todo pixelado, 2D, tosco. Hoje com sua versão 3D há mais recursos, além de uma série de detalhes que mudaram a jogabilidade. Mas o objetivo é o mesmo: resgatar a princesa. No Big Brother é a mesma coisa: o objetivo é chegar à final e ganhar o prêmio. As coisas vão sendo incrementadas e modificam as estratégias. Da mesma fora que o participante entra já conhecendo 20 edições, podendo estudar o perfil dos campeões, por exemplo. Com essas mudanças, você evita ter algo linear. São essas coisas que modificam a dinâmica do jogo, mas a essência é a mesma. Hoje os participantes entram com um preparo maior, estudam bem as estratégias de sucesso, e agora, com a chegada dos influencers, você tem até uma série de preparos com a parte de marketing e coach. BBB está virando um evento muito especializado. Na minha época, a gente só sabia no último momento que ia participar. Hoje as pessoas parecem que vão se preparando mais. Perde um pouco aquela vibe de inesperado, meio inconsequente. Em compensação, o jogo vai ganhando mais em nuances, pois ninguém quer se comprometer com o público, e as palavras são bem escolhidas.
Maria Claudia, Cacau (BBB 16): acho que hoje as pessoas estão mais na internet, conhecem mais as reações. Estão mais conscientes. Vejo que vem sendo trazido à tona mais debates. É uma forma de entretenimento que temos no nosso país, onde debates estão sendo assistidos e consumidos.
Natália Casassola (BBB 8 e BBB 13): o público é o mesmo, quem gosta de BBB sempre irá assistir. A quarentena ajudou muito na audiência.
Alan Possamai (BBB 19): talvez o alcance que teve este ano está muito maior que ano passado. Talvez esteja diferente por já ter pessoas famosas.
Como você acha que se sairia caso participasse desta edição?
Jean Massumi (BBB 3): na minha época não tinha internet massiva como hoje. Não só isso, mas como também as milícias virtuais, os fandoms. Nós temos hoje verdadeiras batalhas virtuais, agressões, "hate" para caramba. As criaturas se odeiam por nada, apenas porque torcem por pessoas diferentes. Hoje, eu pensaria muito antes de entrar num BBB. Você está tão sujeito a uma exposição escancarada e desmedida que chega até fugir da realidade, foge da verdade muitas vezes, que não sei se vale tanto a pena assim. A responsabilidade perante a família é muito grande. A família é a que mais sofre com as pressões do dia a dia, enquanto você está lá na casa. Não sei como participaria, mas pensaria muito antes de entrar de novo, muito por conta do que virou esse ambiente virtual dos fandoms. É algo que tem até estragado um pouco as conversas que existiam sobre BBB. Virou uma coisa com mais sentimento negativo. As pessoas não aceitam críticas.
Maria Claudia, Cacau (BBB 16): eu aproveitaria muito mais do que participei na minha edição. De uma forma mais segura. Tive muitas inseguranças sobre mim. Muitas situações eu precisava falar, mas não falei por insegurança. Hoje acho que mudaria, aproveitaria muito mais, sem chorar, como chorei na minha edição. Acho que me posicionaria mais nos debates. Eu mostraria mais a minha forma de pensar.
Ieda Wobeto (BBB 17): eu me renovo a cada dia, e a gente sempre vai aprendendo. Quem disse que depois de velho a gente não aprende? Aprendemos, sim. Hoje eu seria outra Ieda. Hoje meu jogo seria outro. Eu não tinha noção do VT, sempre fui eu. Não cuidava dessas coisas. Era uma Ieda que era cuidadosa. Custei muito a me soltar. Me olhando agora, nossa, até me decepciono: por que não agi de outra maneira? Hoje se tivesse um reality, com certeza eu iria. Com certeza seria outra pessoa, teria maiores chances. Ia ser um pouco mais esperta.
Natália Casassola (BBB 8 e BBB 13): como sempre fiz, mantendo minha autenticidade.
Alan Possamai (BBB 19): do mesmo jeito, independente do ano que eu fosse participar, a minha essência seria a mesma.