O humorista e apresentador Fábio Porchat usou o Twitter para responder às críticas contra o especial de Natal do Porta dos Fundos liberado na semana passada na Netflix. Intitulado A Primeira Tentação de Cristo, o programa satiriza o aniversário de 30 anos de Jesus.
Nesta quarta-feira (11), Porchat afirmou que as pessoas deveriam se preocupar com outros problemas do país.
Na versão do Porta dos Fundos, Jesus (Gregório Duvivier) leva um amigo (Fábio Porchat) para casa na noite de Natal. A produção (sem dar spoilers) aborda o relacionamento entre os dois e revelações como a de que Jesus é adotado e é filho de Deus.
Nesta quinta (12), a petição online criada contra a exibição de A Primeira Tentação de Cristo já possui mais de 1 milhão de assinaturas. Direcionado à Netflix, ao Porta dos Fundos, à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, o abaixo-assinado traz a seguinte descrição: "Pelo impedimento do filme de Natal da Netflix e Porta dos Fundos, por ofender gravemente os cristãos".
Em entrevista recente para GaúchaZH, o apresentador afirmou que se orgulha em ser sócio e criador do Porta dos Fundos porque, segundo ele, "o canal fala de todo mundo". Porchat também lembrou que a produção já fez esquetes ironizando outras religiões, como o islamismo, o candomblé e até o ateísmo.
— Volta e meia alguém vem com um papo de "não pode falar com isso, não pode brincar com aquilo", quando, na verdade, se pode brincar com tudo. O humor tem de estar muito atento, pois ele joga uma luz sobre determinados assuntos e faz com que muita gente pare para pensar, de uma forma leve e descontraída, sobre coisas muito pesadas — opinou o humorista durante a entrevista.
No ano passado, o Porta dos Fundos lançou seu primeiro especial de Natal na Netflix. Se Beber, Não Ceie também apresenta Jesus, mas é focado na Santa Ceia. Em novembro, o grupo humorístico ganhou o Emmy Internacional de 2019 com o especial na categoria de Melhor Comédia.
Ao Estadão, a Netflix afirmou que "valoriza e aprova a liberdade criativa dos artistas com quem trabalha e reconhece também que nem todas as pessoas vão gostar desse conteúdo. Daí a liberdade de escolha oferecida pela empresa, em seu cardápio variado de opções, que inclui, por exemplo, novelas bíblicas".