No ar há pouco mais de um mês, Tempo de Amar já disse a que veio. É um dramalhão carregado nas tintas, quase uma novela mexicana das mais melosas. É claro que o horário das seis permite romances rasgados, mas a trama de Alcides Nogueira entrega muitas lágrimas e pouca ação, até para quem está acostumado a esse tipo de narrativa.
Nas duas primeiras semanas no ar, a mocinha Maria Vitória (Vitória Strada) viveu os piores sofrimentos que a vida poderia lhe apresentar. Primeiro, ficou sozinha em Portugal quando seu amado veio para o Brasil. Em seguida, descobriu que estava grávida e enfrentou a ira do pai autoritário. Mandada para um convento, a jovem passou a gestação inteira enclausurada, sem contato com o mundo exterior. Pra piorar, teve a filha recém-nascida arrancada de seus braços e dada em adoção. E esse foi só o começo da saga da heroína, que ainda vai passar por momentos terríveis até reencontrar seu amor e sua filha.
Rio de lágrimas
A vida de Inácio (Bruno Cabrerizo) também não foi fácil. Pouco depois de chegar ao Rio de Janeiro, ele recebeu uma carta da namorada, avisando sobre a gravidez. Decidido a voltar para Morros Verdes e construir a família que sempre sonhou, Inácio se deparou com um destino cruel. Assaltado e espancado na estrada, ficou cego e aos cuidados da obssessiva Lucinda (Andréa Horta), que se apaixonou pelo rapaz e faz de tudo para mantê-lo a seu lado.
Tantas lágrimas e desencontros são naturais em um bom folhetim, desde que o mundo é mundo. Mas Tempo de Amar tem exagerado no drama e ainda não mostrou um alívio cômico, ou pelo menos, um núcleo mais alegre em meio a tanta desgraça. Se for pra chorar, basta assistimos ao Jornal Nacional. Novela tem que ter uma pitada de humor e magia pra nos tirar da dura realidade.