Amparada em uma popularidade altíssima, a chef Dayse Paparoto venceu, na última terça-feira, a primeira edição brasileira do MasterChef profissionais, exibido pela Band. Na final, a paulista de 32 anos agradou mais aos jurados do que o concorrente Marcelo Verde. O desfecho do reality show coroou não só o talento da cozinheira, mas também agradou a quem entendeu que ela foi vítima de machismo por parte de seus colegas de programa.
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Essa não foi a primeira vez que um reality show evidenciou um debate sobre temas tão relevantes e que são um reflexo da sociedade. Basta lembrar que no próprio MasterChef, mas na versão Júnior, exibida no ano passado, houve o caso da menina Valentina, 12 anos, que foi vítima de mensagens pedófilas pelas redes sociais. Desse episódio nasceu a campanha #MeuPrimeiroAssédio, quando mulheres começaram a relatar casos de quando sofreram o primeiro assédio em suas vidas.
Neste ano, o Big brother Brasil teve a polêmica envolvendo o participante Laércio, que depois chegou a ser preso por estupro de vulnerável. Ainda no BBB, em 2012, o concorrente Daniel foi expulso do programa acusado de ter abusado da colega Monique. Em todos os casos, a grande repercussão desencadeou debates públicos sobre cultura do machismo e violência contra a mulher.
Reality shows são feitos para serem comentados. Melhor quando esses comentários evidenciem situações cotidianas, afinal, eles acabam refletindo o ambiente que reproduzem – no caso do MasterChef, o da alta gastronomia. Como escreveu a blogueira feminista Lola Aronovich, "o bacana do MasterChef foi que o público viu esse machismo de forma muito presente". Partilho com ela a ideia de que o importante é que esses programas tragam essas discussões para a sala de casa, para o happy hour, para as conversas entre colegas e amigos.
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Bola rolando
Em tempos de serviço por streaming, o futuro da TV aberta parece ser mesmo apostar em eventos ao vivo. Exemplo disso foi a audiência da final da Copa do Brasil, no dia 7/12. Na Grande Porto Alegre, o jogo entre Grêmio e Atlético-MG, registrou 47,3 pontos de média, segundo registro do Ibope. No share (número de TV ligadas), marcou 65,5%.
Aprendendo com a rainha do drama
Por US$ 90, você poderá ter aulas sobre roteiros de séries com ninguém menos do que Shonda Rhimes, a superprodutora americana criadora de Grey's anatomy e Scandal. As lições, todas online, serão dadas no site Masterclass, que oferece aulas com experts sobre vários temas – como de canto com Christina Aguilera e de atuação com Kevin Spacey. Os vídeos terão mais de cinco horas de duração e o aluno ainda receberá apostila com materiais de estudo. O início do curso será no outono de 2017.
Personagem trans no horário nobre
Em sua próxima novela das nove, Glória Perez vai falar sobre transição de gênero. Na trama de Força do querer, com estreia prevista para 3 de abril do ano que vem, a autora mostrará todo o processo de Ivana, que nasceu com corpo feminino mas que se reconhece como homem. Uma atriz cisgênero teria sido escalada para interpretar esse personagem homen trans, o que já provoca certa polêmica. Glória, no entanto, justifica a decisão argumentando que quer retratar todo o conflito vivido pelo jovem.
MELHOR DA SEMANA
A entrevista de Xuxa no Programa do Porchat foi uma das melhores coisas que a apresentadora fez neste ano. Não tanto pelas declarações, mas muito mais pela sua disposição em aceitar participar do quadro de dublagens. A loira cantou Vou de táxi, de Angélica, e Os dedinhos, de Eliana.
PIOR DA SEMANA
Ainda não dá para entender como a Band mantém a estratégia de exibir a grande final do seu principal programa gravada. Mesmo que a divulgação do vencedor seja ao vivo, o MasterChef perde muita graça em não podermos ver os participantes cozinhando realmente sob a pressão de estarem ao vivo.