De olho no usuário que quer consumir séries no smartphone, o aplicativo Studio+, "um Netflix para celular", anuncia sua chegada no Brasil em meio a uma parceria com a Vivo. Por enquanto, apenas clientes da operadora podem ter acesso ao catálogo. A exclusividade da parceria é de três anos. Os planos variam entre R$3,99 para planos pré-pago – com duração de sete dias – e R$ 12,99 para clientes pós-pago.
A seleção do serviço de streaming não conta com títulos conhecidos pelo público amante de seriados. A empresa que desenvolveu o aplicativo e produz as séries é a francesa Vivendi, que conta com apostas próprias. Já disponível para download na App Store e na Google Play, o Studio+ traz 15 séries exclusivas da marca, cada uma com 10 capítulos. O tempo de duração médio de cada um é de 10 minutos. A estratégia é atrair quem consome conteúdo no celular entre uma tarefa e outra. Até o final do ano, a ideia é que mais 15 títulos estreiem no catálogo.
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Um deles, que já está disponível, é brasileira: Crime time: Hora de perigo, estrelada por Augusto Madeira, conhecido pelos papéis em Zorra e Os caras de pau, da Globo.
Madeira vive Tony Paradatz, um ex-policial que vira apresentador de um programa de TV sensacionalista e, com a fama, acaba entrando para a política. Paradatz é um mau caráter que comete os crimes para ganhar mais audiência.
A história escolhida pelos franceses em conjunto com diretores brasileiros pode até lembrar o primeiro Tropa de elite. Com apelo popular, a série aposta em imagens sangrentas e muita ação. A produtora afirma que as filmagens e a fotografia, com closes mais fechados, foram pensadas para a tela do smartphone.
Madeira conta que, devido aos episódios mais curtos, o roteiro é feito para "viciar" quem assiste, com grandes reviravoltas em cada um. O ator conta que teve de pedir um período de licença da Globo, com a qual tem contrato, para fazer as gravações da série em São Paulo e no Rio de Janeiro.
– É lógico que o Zorra tem uma audiência, mas meu filho adolescente não vê, o streaming é para essa nova audiência. A Globo também está tentando se reinventar com o Globo Play. Se você não pegar uma cena dessas e jogar na internet, as pessoas não vão ver, não vão curtir – diz.
Na manga, a Vivendi já tem mais duas produções feitas no Brasil. Uma será sobre artes marciais, estrelando o lutador Minotouro, e a segunda será uma história romântica no Rio de Janeiro, esta em conjunto com a produtora Bossa Nova.
Aplicativo é aposta da Vivo para entrar no mercado digital
O lançamento do Studio+ foi feito em São Paulo, durante o Futurecom, evento de tecnologia das telecomunicações. Amos Genish, CEO da Telefônica Vivo, é conhecido pelo seu posicionamento a favor de uma regulamentação de serviços como o WhatsApp e a Netflix – ou de uma maior flexibilidade para as operadoras poderem competir com mais "igualdade" nesse mercado. Genish apresentou dados que mostram maior interesse do usuário por vídeo e por planos de dados.
Os clientes da operadora não ganham isenção na franquia de dados específica para o serviço, mas podem baixar as séries na rede Wi-Fi para assistirem remotamente. Cada trecho de 10 minutos, dependendo da resolução que o usuário escolher, gasta de 90 a 180 Megas.
Dominique Delport, presidente da Vivendi Content, ao mencionar os dados dos usuários que podem ser monitorados – como quais séries eles assistem – afirma que fornecer conteúdo seria uma forma mais valiosa e interessante de conhecer hábitos de consumo. O Netflix, por exemplo, é conhecido por usar algoritmos e o comportamento das pessoas para disponibilizar e oferecer novos títulos.
*A repórter viajou a convite da Vivo