1) Bruna Chaves, 29 anos, professora em Nova Lima (MG), conquistou a antipatia de boa parte do público desde sua primeira aparição no MasterChef Brasil. Torce-se o nariz para seu jeitão antiquado, à la I love Lucy. Também pesam contra seu excesso de autoconfiança (ilustrado por exemplo, em depoimentos como "Quem não tem plano A, vai de plano B, de Bruna") e – pelo menos para mim – a mania de dar nome às carnes que vai cozinhar.
Mas, como muitos leitores fazem questão de lembrar sempre que eu abordo aspectos comportamentais dos candidatos, MasterChef não é um concurso de popularidade, mas de culinária.
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2) Cozinheiros com talento para doces são raros em programas como MasterChef. Geralmente, se apavoram quando a tarefa é preparar uma sobremesa – para mim, o prato principal (hahaha). Bruna seria a primeira doceira (mais precisamente, boleira) a ganhar.
Mas Bruna já errou justamente quando estava em sua zona de conforto. Na semifinal, por exemplo, perdeu a primeira prova ao preparar uma sobremesa de pera no termocirculador. Pior aconteceu quando serviu torta de limão com manjericão: tinha muito açúcar, segundo Jacquin.
3) Bruna pode ser doceira, mas preparou dois dos pratos salgados mais suculentos vistos nesta terceira temporada. Um deles foi a torta de frango rústica com tempero tailandês. O outro foi uma grande surpresa: em uma prova de eliminação que tinha café como ingrediente obrigatório, ela não fez sobremesa, mas um filé com manteiga de café e conhaque. Acabou sendo o único dos oito pratos a escapar das críticas dos jurados.
Mas Bruna tem pecado especialmente quando está longe do fogão. Seus detratores não perdoam – vide os comentários que postam na página da mineira no Facebook – uma postura um tanto arrogante e algumas demonstrações de falsidade. Certe vez, Luriana disse para Bruna que ela estava sendo "falsiane" com Leo porque estava torcendo contra e depois dando apoio para ele. Em uma ocasião anterior, Bruna disse que nunca tinha feito trufa, o que alguns de seus rivais não engoliram, e o que os chocolates preparados por ela, delicados e bonitos, desmentiam.
4) Bruna ficou 10 vezes entre os melhores pratos individuais, foi eleita a campeã da prova em cinco dessas oportunidades e ficou entre os piores apenas uma vez.
Mas ter escapado tantas vezes das provas de eliminação tirou de Bruna a possibilidade de ser testada em momentos de pressão, e aí não pudemos comprovar uma qualidade – me parece – fundamental para quem almeja ser masterchef.
5) Bruna derrubou Raquel, desde sempre uma das favoritas a ganhar o MasterChef. E fez isso na hora H, na prova de eliminação da semifinal. Seu king crab, o caranguejo gigante, conquistou os jurados pela barriga e pelo coração.
Mas – aqui não tem mas: quem derruba uma favorita merece minha torcida.
P.S.: Quem leu o texto sobre o Leo deve ter pensado: ué, para quem o Ticiano está torcendo? Sinceramente, tanto faz. Só torço para que o último episódio não seja a chatice que foi o da temporada passada (vã esperança: já vi que teremos, de novo, a participação de tuiteiros...).
P.S. 2: nesta terça, tirei as crianças da sala para assistir à final. Ou melhor: eu saí da sala. Virei para a Redação de ZH, o que significa que meu comentário (o último comentário!) sairá do forno bem mais cedo. Se eu souber lidar com a pressão, publicaremos pouco depois do fim do programa.