Depois de interpretar dois personagens bem diferentes do atual – o vilão Antônio, em Malhação (2013), e o adolescente Guilherme, em Verdades Secretas (2015) –, Gabriel Leone está feliz por viver o jovem idealista Miguel em sua terceira novela. Como o diretor artístico de Velho Chico, Luiz Fernando Carvalho, costuma dizer, Miguel faz parte da geração do "admirável mundo novo", que seriam os jovens com a cabeça mais aberta, sem preconceitos.
Leia mais:
Por telefone, desde o Rio de Janeiro, ele conversou com a reportagem e contou como está sendo interpretar esse personagem.
Como é trabalhar em uma novela em horário nobre e contracenar com atores experientes como Antônio Fagundes e Camila Pitanga?
Era um grande sonho trabalhar com o Luiz Fernando Carvalho. Depois de Verdades Secretas, que foi uma novela tão bacana, acabei entrando nesse projeto que me encantou muito pela possibilidade de falar do meio ambiente e defender várias causas que não são muito debatidas. A gente brinca que trabalhamos muito por ser uma novela das nove, em um ritmo alucinante, mas trabalhamos felizes.
Você considera que tem alguma coisa em comum com o personagem?
Uma característica que eu acho interessante no Miguel, e que eu também sou assim, é que ele não é radical. Ele tem as ideias dele, fortes convicções, mas ele está aberto ao diálogo também. Eu acho que é dessa forma que a gente consegue conquistar as coisas que queremos, e não com radicalismo e mente fechada. Além disso, ele é um cara de valores e princípios que me identifico muito.
Você acha que há chance de Miguel e o avô Afrânio (Antônio Fagundes) se entenderem?
Essa é a grande questão. Acho que o Miguel veio disposto a se entender, ele quer trazer suas ideias novas e seus projetos. Mas, esbarrou em um oposto, em um cara que é radical, extremista e conservador. Por isso, tem esse choque todo. Eu acredito que essa questão com o coronel vai ser uma pressão na vida dele.
Você enxerga o Miguel como parte de uma nova geração, mais "mente aberta"?
Com certeza. O Luiz Fernando brinca que essa geração do Miguel, Olívia (Giullia Buscacio) e Lucas (Lucas Veloso) se chama "admirável mundo novo" (risos). Eles são jovens com ideias para frente, com a cabeça mais aberta, não só apenas nessa questão ambiental, mas também de vida, a forma de se vestir, não tendo preconceitos. É uma geração à frente ainda das que estão aí, mais preparada para tentar, de alguma forma, salvar o nosso planeta.
Miguel não sabe que o seu verdadeiro pai é o Santo (Domingos Montagner). Na sua opinião, qual será a reação do personagem se ele descobrir a verdade?
De alguma forma, ele já sente uma conexão e uma atração muito forte por aquela família (a de Santo). Tanto quando ele vê o Santo, quanto quando ele fica perto da Olívia e da avó Piedade (Zezita Matos). Então, tem uma questão genética ali, de sangue, sem ele saber. E eu acho que a grande questão dessa descoberta é que a mãe mentiu para ele durante esse tempo todo. A mãe, que é a grande parceira, a grande amiga, a grande confidente, escondeu uma coisa tão fundamental e básica.
*Zero Hora