Já imaginou como é ser um brinquedo no quarto do Andy? E mergulhar com o Nemo no fundo do mar? Que tal passar um dia na fábrica de gritos ao lado de Mike e Sulley? E revisitar as suas memórias com a Alegria e a Tristeza? Agora, é possível ter estas experiências — ou, pelo menos, algo bem próximo: a exposição Mundo Pixar está instalada no estacionamento do BarraShoppingSul. Nos primeiros quatro dias de evento, aberto oficialmente no último sábado (21), já passaram 12 mil pessoas pela mostra — confirmando as expectativas de sucesso, assim como nas bilheterias das histórias contadas nos ambientes.
A mostra esteve, antes, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em Porto Alegre, a atração ficará até 28 de janeiro de 2024. A estrutura, que levou um ano para ser construída, leva 45 dias para ser montada em cada nova cidade — e 25 para ser desmontada.
Atrativos para encantar gerações não faltam, afinal, a primeira produção da Pixar chegava aos cinemas brasileiros há 28 anos. Trata-se de Toy Story (1995), que trouxe uma animação completamente inovadora, em computação gráfica, fazendo com que uma legião de fãs ficasse apaixonada pelas aventuras de Woody e Buzz Lightyear. Virou uma febre, uma tendência e um clássico instantâneo — visto no cinema e revisto inúmeras vezes no lendário VHS verde.
Foi o pontapé inicial de uma leva de filmes encantadores, que divertiam as crianças, emocionavam os adultos e apresentavam uma mensagem poderosa para todos os públicos. Além de Toy Story, a fórmula foi replicada em Monstros S.A. (2001), Procurando Nemo (2003), Carros (2006) Ratatouille (2007), UP: Altas Aventuras (2009), Divertida Mente (2015), Soul (2020), Luca (2021), Lightyear (2022), entre outros.
As 10 produções citadas acima não foram aleatórias. São elas que compõem a exposição Mundo Pixar, distribuídas em 12 espaços, recheados com estátuas idênticas aos personagens — criadas pelo Iron Studios, referência no país em colecionáveis. Além disso, todo o cenário oportuniza uma visita imersiva e sensorial. O trajeto se inicia em um túnel recheado por leds, que destacam as produções do estúdio. Porém, as telas praticamente acabam por aí.
— A gente quis fazer um passeio família, tirar um pouco as pessoas do celular. Queríamos que elas vissem e sentissem essa experiência, que é imersiva, com a intenção de fazer com que as pessoas se sintam dentro destas histórias — conta Wagner Zaratin, sócio-diretor da SolutiOnOff, responsável pela exposição, que é 100% brasileira.
Cheiros e texturas
O que Zaratin fala sobre imersão, de fato, funciona. Depois da sala de apresentação, onde são explicadas as regras do passeio, o público dá de cara com a fachada da casa de Carl Fredricksen, de Up: Altas Aventuras. É possível entrar no local, encontrando o próprio personagem de pé em sua sala, que foi reconstituída em detalhes — desde o pote com moedas de verdade até os remédios do querido idoso. No local, os barulhos da casa e as nuvens na janela dão a sensação de que a estrutura está, de fato, voando.
Na sala dedicada a Monstros S.A., Sulley e Mike estão aguardando, em tamanho real, na fábrica — inclusive, os cilindros emitem gritos de crianças e os visitantes são convidados a soltar a voz. Já no espaço de Toy Story, o público é colocado na perspectiva dos brinquedos e, então, o quarto de Andy é reconstruído de maneira gigantesca, com Buzz e Woody recepcionando os visitantes, recriados em detalhes. Tem até a caixa do astronauta para tirar foto dentro dela.
Os cheiros também são ferramentas para mergulhar na experiência. No espaço de Ratatouille, um delicioso aroma de queijo toma conta da cozinha Auguste Gusteau, 10 vezes maior que uma normal — afinal, o protagonista da história é um rato. Remy aparece apenas como sombra, dentro de um enorme chapéu. Outras essências ainda são encontradas em variados cenários, como o de Soul, que tem uma fragrância típica de barbearia, assim como no posto de gasolina onde está Relâmpago McQueen em tamanho real, com acabamentos impressionantes.
DivertidaMente tem um espaço todo especial, com diversas bolas coloridas que remetem às memórias, além de Alegria e Tristeza na central de comando. O cenário de Luca, além de colocar réplicas perfeitas dos protagonistas, ainda conta com uma moto Vespa pronta para que o público sente nela e tire fotos, como se tivesse na Riviera Italiana. O fundo do mar é recriado, com um perfume específico, ao redor de uma estátua do Nemo novinha, que será vista pela primeira vez em Porto Alegre.
Ao final do circuito, ainda tem uma loja recheada de camisetas, brinquedos e souvenirs dos personagens da Pixar para levar de lembrança — pagando, é claro — de um passeio que, certamente, vai colocar o público dentro de um mundo recheado daquilo que chega mais próximo da magia. Tudo que é exibido foi aprovado pela própria Pixar. O cuidado com os detalhes é tão grande que, diariamente, após o fechamento do shopping, será feita a manutenção da exposição e, nas segundas-feiras, o local não abre, pois são feitos os reparos mais pesados.
A agenda do evento itinerante já está preenchida até 2025. Ou seja, é melhor aproveitar e ir desta vez, porque vai demorar para um possível retorno. A visitação dura cerca de uma hora, mas o público pode ficar o tempo que achar necessário — e a vontade é de não sair de lá.
A Pixar
O estúdio nasceu em 1979, como Graphics Group, sendo a divisão de gráficos de computadores da Lucasfilm, produtora do cineasta George Lucas. Em 1986, a unidade, já deficitária, foi comprada por Steve Jobs, da Apple, por US$ 10 milhões. Nasce, então, a Pixar — em espanhol, fazer pixels. Apesar da mente genial por trás, a empresa, que até então destinava-se a ser uma fabricante de software e hardware de animação, também não decolou.
Foi então que o animador John Lasseter convenceu a Disney a financiar e a distribuir uma animação da Pixar. Eis que surge o histórico Toy Story, em 1995, fruto de uma das mais bem-sucedidas parcerias do cinema, que durou 10 anos, até Jobs perceber que já conseguia financiar os seus próprios filmes. A firma de Mickey, então, entendeu que a aquisição do estúdio era inevitável — ou perderia aquela mina de ouro e de criatividade.
Em 2006, a Disney desembolsou nada menos do que US$ 7,6 bilhões e comprou a Pixar. No total, até agora, saíram do estúdio um total de 27 longas-metragens, além de diversos curtas e materiais especiais, que resultaram em nada menos que 23 prêmios do Oscar, mostrando-se um fenômeno de qualidade e de popularidade. Em bilheteria, a subsidiária já faturou mais de US$ 15,4 bilhões mundialmente.
Os últimos anos da Pixar, porém, foram de altos e baixos, com fãs criticando o excesso de continuações — para que um Toy Story 4? — e histórias pouco inspiradas. Mesmo assim, a magia segue presente quando se fala do estúdio e todos os seus lançamentos seguem gerando expectativa. Além disso, toda a obra já lançada segue sendo atemporal.
Mundo Pixar
- De terça a quinta-feira, das 10h às 21, e de sexta a domingo, das 10h, às 22h, no estacionamento do BarraShoppingSul (Av. Diário de Notícias, 300, Cristal), em Porto Alegre
- Ingressos estão à venda no site oficial da Eventim e a inteira custa R$ 115. Crianças de até dois anos e 11 meses não pagam. Entre três e 15 anos, há 50% de desconto mediante apresentação de RG ou Certidão de Nascimento. Acima de 16, é preciso apresentar documento que comprove o benefício à meia-entrada
- Classificação indicativa: livre, porém, menores de 16 anos deverão ser acompanhados por um adulto
- Acessibilidade: local acessível para cadeirantes, deficientes auditivos e visuais