Ao fazer um vídeo em que se classifica como “todo Nicolas Cagezinho”, por estar de banho tomado e com o cabelo penteado, o humorista Dianho caiu nas graças do público, tendo sua expressão viralizada na internet e, inclusive, sendo usada em publicações de pessoas que estão se sentindo bonitas. Atualmente, ele já soma mais de 3,5 milhões de seguidores em suas redes sociais.
Este sucesso recente, porém, vem na sequência de vários outros populares bordões criados por artistas gaúchos da comédia — muitos deles, inclusive, bem antes de a internet ter todo o alcance que tem hoje.
Confira alguns exemplos:
“É de bom-tom?”
Criado durante a pandemia, o bordão verbalizado pela personagem Keila Mellman, uma decoradora de lives e coach de etiqueta virtual, foi idealizado pela atriz porto-alegrense Ilana Kaplan. A ideia da artista com a frase era questionar as pessoas que, mesmo com a crise sanitária no país, seguiam postando fotos de viagens, jantares e festas em suas redes sociais, como se nada estivesse acontecendo. Ela, então, aconselha em seus vídeos: “Quer postar? Posta. É de bom-tom? Não, não é de bom-tom”.
"Não me faz te pegar nojo"
Bem antes de a internet conseguir criar fenômenos instantâneos, emplacar bordões acontecia, na maioria das vezes, quando eles eram ditos na televisão. E foi o caso de André Damasceno, que conseguiu "cruzar o rio Mampituba", como o próprio define, e levar o seu personagem Magro do Bonfa para a Escolinha do Professor Raimundo, na TV Globo. E foi lá que o Brasil conheceu o “não me faz te pegar nojo”, com o sotaque porto-alegrense carregado, sendo um viral analógico e que, agora, também entrou no mundo virtual.
“Só se fala noutra coisa!”
Um dos nomes mais populares do humor gaúcho, o Guri de Uruguaiana, personagem criado por Jair Kobe, entre as suas várias frases famosas e paródias musicais, emplacou o bordão “só se fala noutra coisa”, que caiu na boca do povo e, inclusive, virou o nome de sua coluna no Diário Gaúcho, em que o gauchão fala sobre assuntos variados, misturando cotidiano com bom humor. Na lista de bordões do Guri, ainda tem o “mas que falta de opção”, o “mas que barbaridade” e por aí vai...
“Tá loco”
O versátil Cris Pereira, entre os seus diversos personagens, como o Jorge da Borracharia, conseguiu emplacar vários bordões, mas o “tá loco” do Gaudêncio é inconfundível. A entonação utilizada pelo humorista quando o gaúcho bigodudo solta a sua famosa frase arranca gargalhadas do público, seja no teatro, na televisão, nas redes sociais ou na rádio Atlântida, onde Pereira participa do programa Pretinho Básico. O famoso bordão, inclusive, virou nome de música de Joca Martins e, dela, o próprio Gaudêncio participa. Ouça “Tááá Loooco!!!:
“Mas vai rachar uma lenha”
Paulinho Mixaria, personagem do taquariense Paulo Roberto Alves da Silva, com o passar dos anos, foi conquistando cada vez mais espaço no Estado, mas também nas redes sociais e hoje já é conhecido fora das quatro linhas do Rio Grande do Sul. Fenômeno da comédia, mas sem palavrão, como o artista gosta de ressaltar, Mixaria tem uma fila de bordões, mas o mais marcante deles é o “mas vai rachar uma lenha”, que é adotado sempre que alguém quer mandar outra pessoa arrumar uma ocupação. Outra criação sua que arranca gargalhadas de seu público fiel é o bordão “ó as conversa”.
“Colonada”
O comediante Eduardo Gustavo Christ, de Aratiba, no norte do Estado, criou o personagem Badin, que rapidamente virou um fenômeno na internet e também nos palcos, conquistando um grande público ao falar com seu sotaque característico sobre o dia a dia dos colonos italianos que vivem no Rio Grande do Sul. E, sempre que começa os seus vídeos, Badin já solta um “colonada!” antes de contar as suas histórias, tornando o bordão a sua marca registrada.