— Que bom ver vocês aqui, ao vivo. Nós estávamos com muita saudade. Sejam muito bem-vindos!
A saudação da jornalista Tânia Carvalho, mestre de cerimônias da primeira edição do Concertos Comunitários Zaffari a receber público desde o início da pandemia, resumiu a emoção que pairava no Teatro Bourbon Country na noite deste domingo (8). Concebido para homenagear o Dia dos Pais, o espetáculo recebeu 302 pessoas, todas usando máscara e cumprindo protocolos de distanciamento social.
Com capacidade para receber até 1.144 pessoas, o teatro operou com limite de 50% da lotação. O público pôde se espalhar pelas plateias alta e baixa, nos mezaninos e camarotes. Para evitar aglomerações, as poltronas foram separadas duas a duas, com uma dupla bloqueada para outra separada. Com o mesmo objetivo, os móveis do foyer foram retirados. O bar não funcionou e o público não pôde consumir bebida e comida.
Ao lado da filha Carolina Schaurich, a diretora-administrativa Juliana Richter estava feliz em voltar a à rotina dos eventos culturais. Frequentadoras assíduas dos Concertos Comunitários Zaffari, as duas fizeram questão de estar presentes na retomada dos espetáculos.
— Trabalho numa clínica médica e estou vendo que aqui todos os protocolos estão sendo seguidos à risca. Me sinto bastante segura e feliz por estar aqui e poder homenagear os pais. Tenho a percepção de que estamos no caminho certo — comentou Juliana.
Com 1h20min de duração, o concerto da retomada reuniu a Orquestra do Theatro São Pedro à cantora Clarisse Diefenthäler e aos músicos Renato Borghetti, na gaita ponto, e Daniel Sá, no violão. Logo no primeiro número, o maestro Evandro Matté emocionou a plateia com L'Olimpiade, de Vivaldi. Seguiram-se peças de Tchaikovsky, Bizet e Astor Piazzolla, entre outros compositores. Borghettinho subiu ao palco para interpretar Milonga para as Missões, de Gilberto Monteiro, e, ao lado de Daniel Sá, tocou Fronteira, uma composição dos dois. Eles ainda acompanharam a orquestra em mais quatro canções antes de se despedir de uma plateia que aplaudiu de pé a apresentação.
Ao final, o público foi orientado a sair aos poucos, em pequenos grupos e por setores do teatro. Para a diretora da regional sul da Opus Entretenimento, Andreia Martins, o sucesso do espetáculo representa a esperança de que o pior momento da pandemia está ficando para trás. Com ingressos à venda para novos shows a partir de outubro, ela espera que o avanço da vacinação permita uma ocupação crescente do espaço nos próximos meses.
— Quando a gente vê o público chegando, dá um quentinho no coração — sintetizou.